Ganharam fama mundial por estarem ligados à lenda de Drácula, eternizada no romance de Bram Stoker.
No livro, as montanhas aparecem como um cenário remoto, sombrio e misterioso, onde vive o conde Drácula, um ser ancestral e sedento por sangue.
Na realidade, os Cárpatos são ricos em natureza selvagem, abrigando florestas densas, ursos, lobos e espécies raras de aves. São considerados uma das últimas regiões de natureza intocada da Europa, com grande valor ecológico.
A região oferece trilhas, vales glaciares, formações rochosas únicas e vilarejos preservados, onde o tempo parece andar mais devagar.
Há também parques nacionais, como o Retezat (foto) e o Bucegi, que protegem essa biodiversidade valiosa.
A Romênia concentra o maior trecho dos Cárpatos e preserva muitos costumes rurais. Pequenas aldeias mantêm tradições seculares, com casas de madeira, trajes típicos e uma relação próxima com as montanhas.
Com a fama de Drácula, muitos desses vilarejos passaram a explorar o turismo de mistério. É comum encontrar pousadas temáticas, lojinhas com lembranças vampirescas e excursões ao entardecer nas montanhas.
O Castelo de Bran, próximo aos Cárpatos, tornou-se símbolo dessa ligação com a ficção. Mesmo sem provas diretas de que Vlad viveu ali, ele é visitado por milhares de turistas como “o castelo de Drácula”.
Ao longo da região, especialmente em cidades como Bra?ov e Sighi?oara, surgiram museus, eventos e roteiros dedicados à figura do conde. O turismo literário se misturou ao patrimônio histórico real dessas localidades.
Apesar disso, quem vai à Romênia percebe que muitos habitantes resistem a essa influência literária por considerar que a lenda vampiresca deixa a história vigorosa do país em segundo plano.
Bra?ov é uma das cidades mais encantadoras da Romênia, situada aos pés dos Cárpatos. Seu centro histórico preserva construções medievais, praças amplas e ruas de paralelepípedo.
Entre os principais atrativos estão a imponente Igreja Negra, o teleférico até o Monte Tampa e as muralhas antigas que cercavam a cidade. A Rua Sforii, uma das mais estreitas da Europa, também chama atenção.
Além da arquitetura, Bra?ov é base justamente para quem visita o Castelo de Bran, ligado à lenda de Drácula. Restaurantes típicos, mercados de rua e paisagens montanhosas completam a experiência.
A descrição das montanhas no livro explora o medo do desconhecido e do primitivo, tão presentes no imaginário europeu da época. Bram Stoker (foto) transformou a geografia real em um espaço simbólico de terror e fantasia.
Hoje, os Cárpatos mantêm essa dualidade: são ao mesmo tempo santuário natural e cenário lendário. Os visitantes buscam tanto o silêncio das montanhas quanto a emoção de tocar uma história fictícia transformada em mito.
Entre os caminhos dos Cárpatos há castelos medievais, fortalezas, grutas e igrejas esculpidas na rocha, compondo um rico mosaico histórico. Casas se espalham pela área verde. A travessia revela paisagens dramáticas e cheias de narrativas.
Os trilhos ferroviários e rodovias que cruzam os Cárpatos oferecem vistas impressionantes. A Transf?g?r??an, por exemplo, é considerada uma das estradas mais bonitas do mundo.
Mesmo nas cidades maiores próximas às montanhas, como Sibiu e Cluj-Napoca, é possível perceber a presença das lendas. Drácula virou marca turística, mas também um símbolo cultural reinterpretado com orgulho.
A literatura, ao eternizar os Cárpatos como lar do conde Drácula, deu nova vida à região. Mas a beleza real dessas montanhas vai além da ficção e convida à contemplação e ao respeito pela natureza.
Visitar os Cárpatos é mergulhar em um cenário ao mesmo tempo histórico, natural e literário. Uma viagem que mistura lendas, paisagens e tradições vivas sob o céu das montanhas do Leste da Europa.