Oriente Médio

Brasil ajusta o tom e condena ataque do Irã contra Israel

O chanceler Mauro Vieira disse que a nota de condenação do Brasil aos ataques contra Israel com centenas de drones e mísseis pelo Irã foi escrita na noite de sábado, ainda sem saber a dimensão dos ataques

"O Brasil condena sempre qualquer ato de violência", diz Mauro Vieira sobre o ataque do Irã contra Israel - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
postado em 15/04/2024 21:13

O ministro das Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira, ampliou o tom da condenação ao Irã pelo ataque feito contra Israel no último sábado (13/4). A declaração do chanceler, feita nesta segunda-feira (15/4), veio em resposta às críticas ao tom moderado da nota oficial do Itamaraty divulgado ainda na noite de sábado.

“O Brasil condena sempre qualquer ato de violência e o Brasil conclama sempre o entendimento entre as partes”, disse o chanceler, quando questionado por jornalistas ao conceder uma entrevista coletiva ao lado da colega argentina, Diana Modino.

A nota emitida no sábado, por volta das 23h, não condenava diretamente o ataque iraniano, apenas pedia a contenção dos dois países para evitar a escalada de um conflito. O tom moderado da nota brasileira foi alvo de críticas de organizações judaicas e o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, que tem um histórico de conflitos com o governo brasileiro, definiu o documento do Itamaraty como “uma vergonha”.

O documento diz que o governo “acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria”. Mas o horário da divulgação da nota foi apontado por Vieira como a razão de ela ser cautelosa.

“Ela foi feita à noite, às onze da noite, quando todo o movimento começou, e nós manifestamos o temor de a operação contaminar outros países. Isso foi feito à noite, em um momento em que não tínhamos clara a extensão e o alcance das medidas tomadas. Fazemos sempre um apelo pela contenção e o entendimento entre as partes”, defendeu Vieira.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está com as relações com o governo israelense de Benjamin Netanyahu. Em fevereiro, Israel declarou Lula "persona non grata" após o presidente brasileiro comparar a ação militar de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus pelo regime nazista.

A crise diplomática entre os dois países tem feito o governo de Israel se aliar politicamente a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com governadores da oposição sendo convidados a visitar o país. Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, se encontraram, em março, com o premiê Netanyahu, e com o presidente do país, Isaac Herzog.

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