Cidades

Velório de mulher vítima de feminicídio na 310 Norte será amanhã

Veiguima Martins será enterrada às 16h, no cemitério de Planaltina. O marido esfaqueou e queimou o corpo da vítima, antes de tirar a própria vida

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 31/01/2019 14:22
O fogo destruiu todo o quarto do casal no apartamento do quarto andar, onde os bombeiros encontraram a mulher morta, queimada e com marcas de facadas pelo corpo

O sepultamento de Veiguima Martins, 56 anos, está marcado para às 16h desta sexta-feira (1;/2), no cemitério de Planaltina. Ela foi a segunda só esta semana, no Plano Piloto. A mulher foi morta a facadas e teve o corpo carbonizado em um , na madrugada de quarta-feira (30/1), dentro do apartamento onde morava com o companheiro, na 310 Norte. José Bandeira da Silva, 80, chegou a ser socorrido pelos bombeiros, mas não resistiu, após 50 minutos de massagem cardiorrespiratória.

O corpo de Veiguima será enterrado junto ao da mãe, Maria Luiza Martins, que faleceu aos 68 anos. Ambas são de Planaltina e, por isso, familiares da vítima decidiram realizar a cerimônia na região administrativa. Em decorrência da barbárie, o caixão será fechado e não haverá velório.

Veiguima Martins estava tentando se separar do companheiro Veiguima foi assassinada no quarto do casal, com pelo menos cinco facadas. Após cometer o crime, José ateou fogo ao cômodo e as chamas se alastraram pelo apartamento. Investigares da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apuram, ainda, a dinâmica do caso, por meio de provas coletadas. A arma utilizada foi encontrada na residência, além de fósforos e tecidos, usados para facilitar a combustão.

O casal estava em processo de separação. Em março de 2017, Veiguima registrou uma ocorrência contra José, por ameaça e lesão corporal. Segundo o relato da vítima, o companheiro havia dito que a mataria e que depois cometeria suicídio. Eles eram casados desde 2008.

Os filhos de Veiguima prestaram depoimento à polícia e confirmaram o histórico de agressões que a mulher sofria. A aposentada chegou a sair de casa por três vezes, mas voltou após as pressões psicológicas de José. O homem era servidor público aposentado, tinha dois filhos e estava em seu terceiro relacionamento.

Feminicídios em janeiro

Três casos de feminicídio foram contabilizados no Distrito Federal, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSPDF). O mesmo número foi registrado durante o período de 2018. Durante todo o ano passado, foram registrados 28 casos, indicando um aumento em 50% em relação a 2017 ; quando foram 18 feminicídios.

Na segunda-feira (28), Ranulfo do Carmo Filho, 72, disparou com um contra a esposa, Diva Maria Maia da Silva, 69, e o filho mais velho do casal, Régis do Carmo Corrêa Maia, 46. O caso aconteceu no apartamento da família, na 316 Norte. A mulher faleceu na hora. O morador do Sudoeste e técnico do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT) foi socorrido em estado grave ao Hospital de Base (HB).

O autônomo aposentado Ranulfo foi preso enquanto tentava fugir, na Quadra 8 do Park Way, sentido Gama, cerca de 25km de distância do local do crime. O assassino confesso teve a durante audiência de custódia, na terça-feira (29). No mesmo dia, Diva era velada pelos parentes e amigos. Caso o homem seja colocado em liberdade, os filhos do casal receberão medidas protetivas.

Em 5 de janeiro, a dona de casa Vanilma Martins dos Santos, 30 anos, foi esfaqueada na casa onde morava com o ajudante de pedreiro Thiago de Souza Joaquim, 33. O crime aconteceu em frente ao filho do casal, de 3 anos, e a um sobrinho, de 16, no Setor Oeste do Gama. Antes de fugir, Thiago de Souza Joaquim, 33, leva a mulher, ao Hospital Regional do Gama, mas ela morreu horas após o atendimento médico. Policiais civis prenderam o assassino dois dias depois do crime.

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