Cidades

Inauguração de hospital de campanha é adiada para Bolsonaro participar

A unidade em Águas Lindas de Goiás, primeira da União para atender pacientes com covid-19, já seria inaugurada com atraso

Correio Braziliense
postado em 03/06/2020 11:03

Bolsonaro e Caiado estiveram no local há dois mesesA inauguração do hospital de campanha de Águas Lindas (GO), a primeira unidade do tipo da União para atender pacientes com covid-19, foi adiada para que conte com a presença do presidente Jair Bolsonaro. O hospital já seria inaugurado com 27 dias de atraso, que agora passarão para 29.

O evento estava marcado para que acontecesse nesta quarta-feira (3/6), mas o chefe do Executivo confirmou presença na sexta-feira (5/6), para quando foi remarcada a inauguração.

 

A informação foi repassada pelo prefeito da cidade, Hildo do Candango. Nesta quarta-feira, a unidade seria inaugurada e iniciaria atendimentos, conforme já havia sido divulgado pelo governo de Goiás, que é quem realiza a gestão do espaço.

 

Questionada se a unidade não poderia já receber pacientes antes da inauguração, que poderia ser feita depois, em data adequada ao presidente e ao governador Ronaldo Caiado (DEM), a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que as determinações técnicas proíbem visitas e atividades após o recebimento do primeiro pacientes com covid-19. 

 

"Toda essa montagem ainda está sendo finalizada para que o atendimento possa ser inicializado na sexta-feira, conforme determinações técnicas, que proíbem qualquer outra atividade/visita após o recebimento do primeiro paciente com a covid-19", informou.

 

Treinamentos

 

O secretário de Saúde de Águas Lindas, Eduardo Rangel, afirmou que servidores passam por treinamento no local. Conforme já publicado pelo Correio, o treinamento foi iniciado na segunda-feira (1º/6), mas a previsão era de que a unidade começaria a funcionar nesta quarta.

 

A data já havia sofrido um atraso: na segunda-feira da semana passada (25/5), o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, anunciou durante visita técnico ao local que a unidade começaria a funcionar na última segunda-feira (1º).

 

A reportagem perguntou à Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) se a mudança de data foi um pedido do Palácio do Planalto e se estavam cientes de que a alteração atrasou o funcionamento da unidade. Em resposta, apenas confirmaram que o compromisso está previsto na agenda do presidente para a manhã de sexta-feira (5/6).

 

Em texto publicado no site do governo de Goiás na última terça-feira (2/6), a gestão estadual informou que o governador disse que iria convidar o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, e Jair Bolsonaro para participar da inauguração. "Mas antes mesmo que seja definida uma data para o evento, a unidade já irá receber pacientes acometidos da doença", informa texto.

 

Atrasos

A unidade já enfrenta atrasos devido a imbróglio burocrático do Ministério da Saúde com o governo de Goiás. A estrutura está pronta há 42 dias: ela foi finalizada pelo Ministério da Infraestrutura no dia 22 de abril, 15 dias após início da construção, conforme previsto. O MS, então, precisaria passar a gestão para que Goiás pudesse iniciar processo de contratação e colocar a unidade em funcionamento. Em meio a duas demissões de ministros da Saúde, isso demorou a ser feito. 

 

Em nota enviada nesta quarta-feira (3/6), a SES-GO informou que o repasse só feito pelo governo federal na semana passada. No dia 14 de maio, no entanto, a SES-GO afirmou que havia recebido na semana anterior (ou seja, início de maio) um documento do MS informando que o estado estava autorizado a "adotar as providências para o funcionamento pleno do hospital", como "iniciar as tratativas para a estruturação da gestão com equipamentos, insumos, recursos humanos e medicamentos".

 

A unidade começará a funcionar com 60 dos 200 leitos, sendo 50 de enfermaria e 10 de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Os outros leitos serão disponibilizados conforme a necessidade, conforme informado pelo governo de Goiás.  

 

Mortes

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde na última terça-feira (2/6) mostraram que o Brasil bateu recorde de mortes por covid-19 em 24 horas, quando foram registrados 1.262 óbitos. Com isso, chegou a 31.199 mortos. O país continua sendo o segundo do mundo em número de casos, atrás apenas dos Estados Unidos, com 555.383 casos confirmados. 

 

Em Goiás, são 151 óbitos e 4.377 casos confirmados, segundo dados do MS. O estado é o quatro com menos casos do país. Já o DF, cuja população também poderá ser atendida pelo hospital de Águas Lindas, possui 177 mortes registradas e 11.256 casos. 

 

O Entorno do DF, onde fica Águas Lindas, é uma região carente, possui 1,5 milhão de habitantes e nenhum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Este foi apontado como o principal motivo para a construção da unidade. 

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