feminicídio no sul

Novos pedaços de corpos são achados em Porto Alegre

Pescadores encontraram uma parte da perna e um pé na região da orla de Porto Alegre. No dia anterior, uma perna foi achada na areia da orla de Ipanema, na zona sul da capital

Ricardo Jardim, suspeito do crime, tinha sido condenado em 2018 por matar a mãe e concretar o corpo no interior do apartamento em que ela morava -  (crédito: Divulgação Polícia Civil)
Ricardo Jardim, suspeito do crime, tinha sido condenado em 2018 por matar a mãe e concretar o corpo no interior do apartamento em que ela morava - (crédito: Divulgação Polícia Civil)

Partes de duas pernas humanas e um pé foram encontrados entre a manhã de sábado e a tarde de domingo, em Porto Alegre. A polícia vê relação entre os achados e a manicure Brasília Costa, de 65 anos, cujo corpo foi esquartejado pelo publicitário Ricardo Jardim, de 66 anos, e as partes foram espalhadas pela capital gaúcha.

De acordo com a Polícia Civil, o novo material será submetido a exames de comparação genética. O dorso da mulher foi encontrado dentro de uma mala, no guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre. Ricardo deixou a bagagem no terminal, em 20 de agosto, mas, apesar de usar disfarces, foi identificado a partir das imagens de câmeras instaladas no local. Outras partes da manicure foram espalhadas pela cidade pelo suspeito.

No domingo, porém, pescadores encontraram uma parte da perna e um pé na região da orla de Porto Alegre. No dia anterior, uma perna foi achada na areia da orla de Ipanema, na zona sul da capital.

Antes, em 13 de agosto, tinham sido descobertas partes dos membros da vítima em dois sacos de lixo deixados em uma rua da zona leste de Porto Alegre. A perícia confirmou que o material genético desses fragmentos é compatível com o dorso que estava na rodoviária. Até ontem, a cabeça da vítima, que também foi removida, não tinha sido encontrada.

Para o delegado Mário Souza, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e que conduz as investigações, o publicitário retalhou o corpo da manicure e espalhou as partes para dificultar o trabalho da polícia. "Ele teve o cuidado de remover as pontas dos dedos para eliminar as digitais e dificultar a identificação da vítima", disse.

Só que as digitais deixadas por Ricardo nos sacos de lixo ajudaram a identificá-lo. "A perícia comparou o perfil genético e coincidiu com o de um homem que havia sido condenado. Foi um trabalho técnico e muito consistente da investigação", explicou.

O delegado acredita que o publicitário aproximou-se da manicure com a intenção de obter vantagem financeira. "Ele tentou usar os cartões bancários dela e movimentar as contas. Encontramos comprovantes de algumas transações e estamos extraindo dados dos celulares e do notebook apreendidos com ele", observou Mário Souza.

Ricardo Jardim, suspeito do crime, tinha sido condenado em 2018 por matar a mãe e concretar o corpo no interior do apartamento em que ela morava. Ele negou o assassinato — admitiu apenas que escondeu o cadáver —, mas, mesmo assim, pegou 28 anos de prisão. Cumpriu apenas seis anos de cadeia e, em 2024, obteve a progressão para o regime semiaberto. Mas por falta de vagas, ganhou prisão domiciliar.

Já Brasília Costa morava na zona norte de Porto Alegre e trabalhava fazendo unhas em salões de beleza. Era natural de Arroio Grande, na região sul do estado, e teria sido atraída pelo publicitário por meio de redes sociais.

 


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postado em 09/09/2025 03:10
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