MINAS GERAIS

PM que matou namorada e forjou suicídio é condenado à prisão

A dentista Ana Luiza Souto Dompsin foi morta em 2021, em Divisa Alegre (MG), com um tiro na região da nuca

Ana Luiza Souto tinha 25 anos quando foi assassinada pelo namorado -  (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
Ana Luiza Souto tinha 25 anos quando foi assassinada pelo namorado - (crédito: Reprodução/Redes Sociais)

O policial militar Amauri dos Santos Araújo foi condenado pelo feminicídio da namorada Ana Luiza Souto Dompsin, cometido em 2021. O julgamento aconteceu nessa quarta (17/9) em Pedra Azul (MG), no Vale do Jequitinhonha, município próximo a Divisa Alegre, onde ocorreu o crime. 

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O caso

Ana Luiza Souto Dompsin foi assassinada pelo namorado Amauri dos Santos Araújo, com um tiro na região da nuca, em 2021. O crime ocorreu em Divisa Alegre (MG), onde a dentista de 25 anos morava.

Na época, Amauri chegou a alegar que a vítima teria cometido suicídio, versão que foi descartada pela investigação. “Ana Luiza era querida, alegre e divertida. Estava realizando seus sonhos, tinha acabado de se formar em odontologia, era estudiosa. Não tinha motivos para cometer suicídio”, disse a prima da vítima Camila Souto em entrevista ao Estado de Minas. “Ele [Amauri] arrastou ela pela casa para forjar um suicídio”.

Condenação

Segundo informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o réu foi condenado a 30 anos de reclusão e 3 anos e 8 meses de detenção e 640 dias-multa. “Sempre gostei das coisas muito certas. Foi um alívio para a família toda quando soubemos da condenação. Para mim, foi como se alguém tivesse tirado um peso enorme das minhas costas”, relatou Camila Souto.

A irmã da vítima, Ana Clara Souto, que acompanhou o julgamento, também disse estar aliviada, embora tenha sido doloroso participar da audiência. “Ele [Amauri] falou muitas mentiras sobre a minha irmã, sobre a nossa família, foi muito triste de ouvir. É muito ruim ouvir tudo isso e não poder se defender, não poder falar nada”.

Homenagem

Ana Luiza Souto Dompsin hoje dá nome a uma das salas da Casa Lilian, espaço que oferece atendimento a vítimas e familiares de homicídio e feminicídio, tentado e consumado, de crimes sexuais, de racismo e de outros crimes de ódio, como LGBTfobia e intolerância religiosa.

A Casa leva o nome de Lilian Hermógenes da Silva, assassinada em 23 de agosto de 2016 a mando do ex-marido. A sala com o nome de Ana Luiza foi inaugurada no ano passado. “Acho incrível essa homenagem. A gente vê casos de feminicídio todo dia na televisão, mas nunca acha que vai acontecer perto da gente. A casa Lilian acolhe essas mulheres e eu acho isso incrível” disse Camila Souto.

* Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

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AP
postado em 19/09/2025 18:35 / atualizado em 19/09/2025 18:48
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