RIO DE JANEIRO

Chefe do "terceiro comando puro" é morto em operação do Bope no RJ

Edmilson Marques de Oliveira assumiu a liderança em maio. Durante confronto nesta sexta (26/9), reagiu e acabou baleado

Traficante foi morto na manhã desta sexta-feira (26/9), em operação emergencial da PCERJ -  (crédito: Reprodução/X)
Traficante foi morto na manhã desta sexta-feira (26/9), em operação emergencial da PCERJ - (crédito: Reprodução/X)

Um dos principais chefes do terceiro Comando Puro (TCP), Edmilson Marques de Oliveira, conhecido como Cria ou Di Ferro, foi morto nesta sexta-feira (26/9), durante uma operação emergencial da Polícia Civil no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio.

Classificado pela PCERJ como um dos "mais sanguinários e perigosos narcoterroristas do Rio", contra ele, havia três mandados de prisão em aberto pela Justiça.

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Segundo a corporação, equipes foram deslocadas para a comunidade após identificarem movimentações que indicavam um ataque do TCP a uma área controlada pela facção rival, na região do Morro dos Macacos. Durante o confronto, Cria foi localizado em uma casa ao lado de uma creche, reagiu e acabou baleado. Além disso, um fuzil e uma pistola foram apreendidos, e outros dois criminosos foram presos.

Dias antes, Edmilson apareceu em um vídeo ao lado de cerca de 20 homens armados. Nas imagens, vestia camiseta branca e capuz, e segurava um fuzil enquanto anunciava uma aliança entre o Terceiro Comando Puro (TCP) e os Guardiões do Estado (GDE), do Ceará, para formar uma frente contra o Comando Vermelho (CV).

“Se estiver conosco, as portas estão abertas. Mas quem ficar contra será eliminado”, disse.

Liderança no mundo do crime

Cria assumiu a chefia da Maré em maio, depois da morte de Thiago da Silva Folly, o TH, em ação da Bope. 

Moradores contam que a convivência piorou devido à violência e as ordens de execução de pessoas da comunidade por desavenças banais. Uma das histórias envolve a morte de um homem que derrotou o líder em um jogo de cartas, e foi determinado que ele ficasse em casa, como uma espécie de "castigo" em prisão domiciliar. Dias depois, quando o homem saiu à rua, foi descoberto e morto.

O nome de Cria já aparecia em investigações recentes. Em julho de 2024, a Delegacia de Homicídios pediu sua prisão pela morte de dois policiais do Bope em operação no Morro do Timbau. Na ocasião, câmeras registraram sua fuga ao lado de outros chefes do TCP. A polícia afirma que ele era um dos três principais líderes da facção na Maré, ao lado de TH e de Chocolate, preso em março deste ano.

Durante a operação desta sexta, os criminosos ainda lançaram uma granada na Linha Amarela, o que exigiu a atuação do Esquadrão Antibomba da Core. Para a Polícia Civil, a ação reforça o caráter “narcoterrorista” das facções.

“Isso é uma ação de terroristas. São criminosos que colocam barricadas e impedem o direito de ir e vir da população, que atacam uma delegacia, atiram contra pessoas que estão passando pelas vias expressas, que expulsam e executam pessoas simplesmente por sua religião. Não há outra definição do que terrorista. Esses criminosos são narcoterroristas e precisamos que a sociedade discuta isso”, afirmou o subsecretário de Planejamento e Integração Operacional, delegado Carlos Oliveira.

Nas redes sociais, o secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro Felipe Curi deixou um aviso. "Não ataquem a Polícia Civil. Você vai se dar mal. Narcoterrorista sanguinário e 'dono' do Complexo da Maré, reagiu e foi neutralizado", escreveu o delegado.

 

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postado em 26/09/2025 16:54 / atualizado em 26/09/2025 16:54
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