
O estudante Diogo Marques acordou sem conseguir enxergar horas depois de tomar uma bebida alcóolica. Ele precisou ficar internado três dias após exames constatarem a presença de metanol no sangue dele.
“Acordei, abri os olhos e estava tudo preto, com uma dor de cabeça muito forte”, disse Diogo, entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, no domingo (28/9). O jovem teve cegueira temporária.
Diogo também lembrou que o amigo, Rafael, está internado há um mês pelo mesmo motivo. Ele está em coma desde 1º de setembro, depois de ingerir bebida adulterada. Diogo, Rafael e outros amigos consumiram as bebidas em 30 de agosto. O grupo comprou as bebidas em uma adega. A polícia apreendeu garrafas de gin no local e as encaminhou para perícia.
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O metanol é um álcool altamente tóxico. Além de afetar os olhos, pode levar à morte se a pessoa não for tratada rapidamente. A Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia fez um alerta sobre os riscos de o consumo de metanol causar neuropatia óptica, "uma doença grave que pode causar perda de visão irreversível".
Segundo a associação, entre 12 horas e 24 horas após o consumo, podem surgir sintomas de intoxicação como "dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e, principalmente, visão turva repentina ou até cegueira."
Duas pessoas morreram e outras sete estão internadas por intoxicação causada por metanol após consumirem bebida alcoólica adulterada. As vítimas foram registradas em menos de 18 dias em São Paulo, Limeira (SP) e Bragança Paulista (SP). As hospitalizações ocorreram entre 1º e 18 de setembro.
Alerta
No sábado (27/9), o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), emitiu uma recomendação urgente aos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas no estado de São Paulo e regiões próximas.
Entre as orientações ao setor privado estão a compra segura, a conferência de produtos e o fortalecimento da rastreabilidade dos produtos. O documento também destaca que preços anormalmente baixos, lacres tortos, erros grosseiros de impressão, odor semelhante a solventes e relatos de consumidores com sintomas como visão turva, dor de cabeça intensa, náusea ou rebaixamento da consciência devem ser tratados como suspeita de adulteração.
Nesses casos, os estabelecimentos devem interromper imediatamente a venda do lote; isolar fisicamente os produtos; preservar garrafas, caixas, rolhas e rótulos como evidência; e manter ao menos uma amostra íntegra por lote para possível perícia.
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