RONDÔNIA

Maloca e escola indígena Puruborá são destruídas por incêndio e PF investiga

Os trabalhos de investigação e perícia técnica estão em andamento, com o objetivo de esclarecer os fatos e identificar responsabilidades

A Escola Indígena Ywara Puruborá também foi atingida pelas chamas -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
A Escola Indígena Ywara Puruborá também foi atingida pelas chamas - (crédito: Reprodução/Redes sociais)

Uma maloca (um tipo de cabana comunitária) indígena na Aldeia Aperoí, do povo Puruborá, em Seringueiras (RO), foi atingida por incêndio na segunda-feira (20/10). A Polícia Federal informou que uma equipe de polícia judiciária, acompanhada por peritos criminais, está no local para apurar as circunstâncias do fogo. A Escola Indígena Ywara Puruborá também foi atingida pelas chamas.

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Lideranças indígenas afirmam que o incêndio foi criminoso. Em nota publicada nas redes sociais, representantes do povo Puruborá afirmam que o ataque não é um evento único e cobram investigação rigorosa. 

"Este não é um caso isolado — é parte de uma onda contínua de violência que tenta apagar culturas, destruir territórios e silenciar quem protege a floresta. Enquanto o Estado se cala, nossos povos seguem sendo atacados, nossas casas incendiadas, nossas lideranças ameaçadas. Mas não conseguirão nos apagar. A cada ataque, a resistência cresce. A cada injustiça, a voz dos povos se levanta mais forte", diz o comunicado.

Os trabalhos de investigação e perícia técnica estão em andamento, com o objetivo de esclarecer os fatos e identificar eventuais responsabilidades.

Veja o vídeo:

"A Polícia Federal reafirma seu compromisso com a apuração rigorosa do caso, respeitando as comunidades indígenas e a legislação vigente. Novas informações serão divulgadas à medida que houver avanços significativos na investigação", disse a instituição.

Em nota enviada ao Correio, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) disse que se solidariza com o povo Puruborá e informou que tem tomado as providências para que o caso seja devidamente investigado, prestando apoio à comunidade para registro de ocorrência junto à Polícia Civil de Seringueiras (RO) e informando o ocorrido à Polícia Militar. A Polícia Federal foi acionada pelo Ministério Público Federal.

"Destaca-se que a área tem sido foco de pressões do agronegócio no entorno do território, visto que o processo demarcatório da Terra Indígena Puruborá está em fase de identificação e delimitação. Foi constituído Grupo Técnico em junho deste ano, destinado aos estudos de identificação e delimitação da TI Puruborá. A equipe mantém as atividades em campo, conforme o planejado e preestabelecido para a continuidade do processo de demarcação", destacou a Funai.

Povo Puruborá

O termo Puruborá signfica “aquele que se transforma em onça para curar”. Segundo o Instituto Sociambiental (ISA), a contabilização da população Puruborá atual encontra algumas dificuldades devido à dispersão sofrida pelo grupo, a partir dos anos de 1940, por diversas localidades no estado de Rondônia e mesmo para fora dele.

Dados preliminares apontam que os Puruborá residentes na Aldeira Aperoi somam 40 indivíduos. A única aldeia Puruborá atual está localizada às margens da rodovia BR-429, entre o rio Manuel Correia.

A maioria das residências dos Puruborá cultiva roçados, onde são produzidas culturas de subsistência (macaxeira, feijão, milho, abóbora, batata-doce, café).

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postado em 21/10/2025 14:00 / atualizado em 23/10/2025 11:02
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