
A Petrobras obteve licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para perfurar um poço em águas profundas no Amapá, a 175 km da costa e a 500 km da Foz do Rio Amazonas, na Margem Equatorial brasileira. Segundo a estatal, já há uma sonda no local e a perfuração será iniciada imediatamente.
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Em uma primeira fase, a Petrobras pretende avaliar se será possível explorar petróleo e gás na área em escala econômica. O objetivo é repetir o sucesso da americana ExxonMobil na Margem Equatorial da Guiana, onde opera mais de 30 jazidas de petróleo desde 2015. A presidente da companhia, Magda Chambriard, afirmou que a obtenção da licença "é uma conquista da sociedade brasileira".
A decisão do Ibama encerra cinco anos de embates dentro do governo. Após meses de controvérsia, opondo ambientalistas e o setor de óleo e gás, a aprovação ocorre a pouco mais de duas semanas da COP30, sediada pelo País em Belém do Pará. Organizações ambientalistas prometeram judicializar a decisão.
Em entrevista à Rádio Eldorado nesta terça-feira (21/10), a coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, que presidiu o Ibama de 2016 a 2018 e negou licença de exploração para uma área próxima ao local da autorização de agora, disse que o instituto tem apenas o papel de avaliar se a Petrobras tem a capacidade de gerenciar acidentes, sem interferir na política do governo para o setor.
- Leia também: Margem Equatorial: Ibama explica que aval à Petrobras foi dado após "rigoroso processo"
No entanto, ela apontou uma "dupla sabotagem" no episódio. "É uma porteira para outros licenciamentos. Ficará complicado negar licenças para outros blocos que estão próximos. Essa decisão sai às vésperas da COP30 e o Brasil sairá enfraquecido no seu papel de líder climático", avaliou Suely Araújo.

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