AMAZONAS

Advogados associados ao CV são presos em Manaus; entenda como atuavam

Operação Roque foi deflagrada com o cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal do Amazonas

Quatro advogados foram presos pela Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (6/11), em Manaus, durante a Operação Roque, realizada contra as atuações de uma facção no Amazonas. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Amazonas (FICCO/AM) deflagrou quatro prisões preventivas e cinco mandados de busca e apreensão nas respectivas residências. De acordo com o G1, os indivíduos estão ligados ao Comando Vermelho (CV). 

O cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Federal do Amazonas, segundo confirmou o Ministério da Justiça e Segurança Pública por meio do portal do governo federal.  

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De acordo com as investigações, os quatro compunham o núcleo jurídico da facção e utilizavam do papel profissional para estabelecer canais de comunicação entre os chefes presos e demais integrantes da facção do lado de fora, nas ruas.  

A ação, ligada à Operação Roque, é um desdobramento de uma operação ainda maior, a Operação Xeque-Mate. Tem como principal alvo Alan Sérgio Martins Batista, popularmente conhecido como 'Alan do Índio'. Ele é apontado como chefe da facção no Amazonas. Alan continua foragido, mas usa identidades falsas e cirugias plásticas para se manter fora do radar, de acordo com a PF.  

A operação, novamente segundo a PF, tem como objetivo "desarticular o núcleo jurídico e operacional de uma facção criminosa com atuação no sistema prisional do estado. O grupo é responsável por intermediar comunicações ilícitas entre lideranças internas e externas, além de facilitar a continuidade de ordens criminosas de caráter interestadual e transnacional."

Atuações dos advogados na estrutura da facção 

A PF destaca que os profissionais tinham acesso privilegiado ao sistema prisional. Além de replicar ordens, passavam bilhetes e deliberações estratégicas. Simulavam atos do ramo da advocacia para "ocultar comunicações ilícitas e repasses financeiros". 

Em adição, as atuações profissionais foram realizadas para manter a hierarquia da facção, tanto fora quanto dentro da prisão. Dessa forma, eram facilitadas as coordenações de "represálias, pactos interestaduais e repasses de recursos ilícitos". A ação ainda apreendeu equipamentos eletrônicos, mídias digitais, dinheiro em espécie e documentos. Os objetos serão submetidos à análise pericial. 

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