Políticas públicas e campanhas de conscientização no combate à violência contra a mulher avançaram, mas não o suficiente. É o que revela o Índice de Conscientização, lançado nesta quinta-feira (6/11), pelo Instituto Natura e pela Avon. De acordo com a ferramenta, que mede o nível de informação e percepção das pessoas sobre o tema, apenas 38% dos participantes conhecem alguma informação sobre leis, tipos de violência doméstica (física, sexual, patrimonial, moral e psicológica) e canais de denúncia e apoio para ajudar uma mulher em situação de violência.
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O Índice mostra ainda que 40% das mulheres não reconhecem espontaneamente terem vivido situações de violência, embora as descrevam quando questionadas. Também revela que quatro a cada 10 brasileiros não se lembram de ter visto campanhas de conscientização nos últimos 12 meses.
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Um total de 29% dos entrevistados mostrou nível de conscientização “alto” ou “muito alto” sobre o tema e 28% foram classificados com nível “baixo” ou “muito baixo”. O nível mais alto corresponde ao amplo conhecimento e capacidade de ação diante os diferentes tipos de violência, como ajudar e das leis e serviços disponíveis.
Também segundo o Índice de Conscientização, existe uma desproporção entre o que as mulheres dizem que fariam ao vivenciar casos de violência daquelas que vivenciaram de fato a situação. Entre as entrevistadas, 98% afirmaram que tomariam alguma atitude, principalmente chamar a polícia, caso sofressem violência. Porém, apenas 73% das mulheres que já passaram por abusos buscaram ajuda, e a maioria o fez sem acionar a polícia ou formalizar denúncia.
Ao mesmo tempo, 96% dos homens e mulheres reconhecem ter alguma responsabilidade social, entretanto 60% acreditam que o que acontece entre um casal “deve ser resolvido apenas pelo casal”, e 15% relatam que “não ajudariam a mulher porque não acham que seja da sua conta”.
A pesquisa ouviu 4.224 homens e mulheres acima de 18 anos em todo o país.
*Estagiário sob supervisão de Andreia Castro
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