ENTREVISTA EXCLUSIVA

Anvisa quer reduzir filas pela metade em 6 meses, diz presidente

Em entrevista ao CB.Saúde, o Leandro Safatle disse que a Anvisa tem a meta de reduzir as filas pela metade em seis meses, principalmente na área de medicamentos e dispositivos médicos

Segundo Safatle, a IA não substitui o trabalho técnico, mas otimiza etapas e aumenta a produtividade das equipes -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Segundo Safatle, a IA não substitui o trabalho técnico, mas otimiza etapas e aumenta a produtividade das equipes - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Em entrevista ao programa CB.Saúde, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, concedida na quinta-feira (11/12) às jornalistas Carmen Souza e Mariana Niederauer, o presidente da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), Leandro Safatle, destacou que a Anvisa tem a meta de reduzir as filas pela metade em seis meses, especialmente na área de medicamentos e dispositivos médicos. 

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“É normal ter filas em todos os processos. A questão é a fila em excesso. Nós queremos tirar essas filas em excesso. Estamos com a meta de diminuir os prazos em até um ano”, afirmou Safatle. O presidente da agência também afirmou que o uso de inteligência artificial (IA) será peça-chave na modernização dos processos internos.

Cada segmento regulado, seja de medicamentos, dispositivos médicos, alimentos ou cosméticos, tem a própria fila de análise. O maior esforço neste momento, segundo ele, está voltado justamente para as áreas de medicamentos e dispositivos médicos, consideradas estratégicas.

Uma análise mais rápida pode ampliar o acesso a tratamentos, especialmente aos genéricos e similares, que costumam reduzir custos para a população. “Para que os brasileiros tenham mais acesso a essas tecnologias — que, no caso dos medicamentos, vão desde os genéricos aos similares — é importante ter esse tipo de produto, porque eles ajudam a baixar os preços”, explicou Safatle.

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Segundo Safatle, a IA não substitui o trabalho técnico, mas otimiza etapas e aumenta a produtividade das equipes. “Vamos fazer investimento em parceria com o Ministério da Saúde para agilizar os processos e acelerar a celeridade do registro”, destacou. Projetos desenvolvidos pelos próprios servidores da Anvisa devem receber um aporte de R$ 25 milhões, voltado justamente para o desenvolvimento de soluções de automação e análise inteligente.

Rotina modernizada, mas sem perder o olhar humano

O presidente fez questão de enfatizar que a inteligência artificial atuará como apoio, e não como substituição da avaliação técnica. A tecnologia será usada para pré-análises, triagem de documentos e identificação de inconsistências, permitindo que os especialistas se concentrem em decisões mais complexas.

 

A modernização também deve impulsionar a competitividade do setor farmacêutico brasileiro. “É um setor altamente dinâmico. O Brasil hoje ocupa o 8º maior mercado de medicamentos do mundo”, lembrou o presidente. Ao reduzir prazos e incertezas regulatórias, o país tende a atrair mais investimentos e acelerar a entrada de inovações no mercado.

Safatle ainda ressaltou o papel estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS) na regulação e incorporação de novas tecnologias. Por ser o maior comprador de medicamentos e dispositivos médicos do país, o SUS depende diretamente de processos regulatórios eficientes para garantir acesso rápido e seguro aos pacientes.

 

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postado em 12/12/2025 09:25 / atualizado em 12/12/2025 09:54
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