Estelionato

Presos falsos juízes e servidores do TJDFT que aplicaram golpe milionário em 33 prefeituras

Ao todo seis pessoas foram presas. O grupo vitimou aos menos 33 prefeituras em diversos estados do país ao se passarem de juízes e ameaçarem o bloqueio das contas públicas dos municípios

Correio Braziliense
postado em 12/11/2021 10:22 / atualizado em 12/11/2021 16:43
 (crédito: PCDF/Divulgação)
(crédito: PCDF/Divulgação)

Seis pessoas que se passavam por juízes e servidores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) para aplicar golpes em prefeituras do interior do país estão presos. De acordo com as investigações, o grupo atuava desde 2019 e lucrou ao menos R$3 milhões, coagindo e constrangendo prefeitos com ameaças de bloqueio das contas públicas. 

“Para evitar os bloqueios, os prefeitos e os procuradores eram induzidos a realizarem pagamentos de dívidas inexistentes, representadas por atos judiciais e sentenças falsificadas. Os criminosos contavam com linhas telefônicas falsas de prefixo (61), supostamente ligadas ao TJDFT, a fim de fornecer atendimento a essas autoridades públicas, durante o horário de expediente do Tribunal de Justiça do DF”, destaca o delegado da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), Dário Freitas.

Durante as ligações, a quadrilha se passava por juízes e servidores do TJDFT, tratando de assunto jurídico ligado a supostas execuções fiscais. Segundo a polícia, o grupo se aproveitava da troca de equipes das prefeituras, especialmente após a eleição de novos prefeitos, para criar falsas dívidas ligadas à gestão anterior, que poderiam ocasionar o imediato bloqueio das contas públicas.

Ao todo, pelo menos 33 prefeituras caíram no golpe, nos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná e Piauí. As investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) começaram em 2020, realizada pela DRCC.

As prisões e mandados de busca e apreensão foram realizadas nesta sexta-feira (12/11) em Campinas e Hortolândia, no estado de São Paulo, e teve o apoio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas e do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia de São Paulo. A Operação foi nomeada de Falso Juízo e contou com 12 policiais civis do DF e 18 de São Paulo e do Grupo de Operações Especiais (GOE).

Alerta

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), diante dos casos dos Falsos Juízes, voltou a emitir alerta sobre a necessidade de “verificar a idoneidade de toda e qualquer documentação recebida em nome do órgão, por meio dos telefones e e-mails informados em seu site na internet”.

“Em caso de suspeita de fraude é importante registrar boletim de ocorrência na delegacia policial e comunicar a Ouvidoria-Geral do TJDFT, pelo 0800 61 46466 (das 12 às 19h, em dias úteis), pelo Alô TJ - 159, ou pelo e-mail ouvidoria@tjdft.jus.br”, orienta.

O órgão ressalta que, em nenhuma hipótese, utiliza telefones ou e-mails privados para suas comunicações e que não solicita pagamento de condenações via boletos bancários. O TJDFT também alerta: “jamais clique em qualquer link apresentado nestes e-mails. Caso estas comunicações lhe indiquem clicar em determinado endereço de internet, observe a extensão das páginas sugeridas. Os sites de internet de órgãos públicos oficiais brasileiros tem endereços que terminam em .jus.br (Poder Judiciário), .gov.br (Poder Executivo) e .leg.br (Poder Legislativo)".

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