Triplo homicídio

Vídeo: caseiro que matou 3 em Corumbá debocha de tentativa de feminicídio

Em Juízo, Wanderson Mota Protácio riu e ironizou após tentar matar uma mulher a facadas em Goianópolis, em 2019. O criminoso segue foragido

Darcianne Diogo
postado em 30/11/2021 23:40 / atualizado em 01/12/2021 10:16
Wanderson é procurado da polícia por matar três pessoas -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Wanderson é procurado da polícia por matar três pessoas - (crédito: Material cedido ao Correio)

Procurado por cometer um crime brutal em Corumbá de Goiás, Wanderson Mota Protácio, de 21 anos, também é acusado de tentar matar uma mulher a facadas, em 2019, em Goianópolis (GO). O processo tramita no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e a sentença ainda não foi decretada. O Correio teve acesso com exclusividade ao depoimento prestado pelo réu em Juízo. Com risos e deboches, ele diz que “não se lembra do que aconteceu” (veja o vídeo abaixo).


Os detalhes do caso foram revelados pela reportagem em primeira mão. A tentativa de feminicídio aconteceu em 8 de dezembro de 2019. Como consta nos autos, Wanderson chegou em casa sob efeito de drogas e álcool pela manhã. Com uma faca em mãos, o caseiro obrigou a vítima a entrar em um dos quartos da residência com ele. Com a negativa, o agressor desferiu vários golpes contra as costas da mulher. A faca chegou a quebrar e, depois disso, ele fugiu pulando os muros e se escondeu em uma casa próxima. A vítima foi socorrida por vizinhos e levada ao Hospital Municipal de Goianópolis.

Em depoimento, Wanderson confessou o crime e disse que estava bêbado e havia usado drogas, mas não se lembrava do que tinha feito. “Me lembro quando estava no local, quando a polícia chegou.” Ao ser questionado pela juíza sobre se recordar de ter visto a vítima e falado com ela antes do crime, o acusado negou. A magistrada pergunta se ele lembra de ter visto a mulher ferida caída ao chão e de ter fugido pulando o muro. Com riso no rosto, Wanderson responde: “Estava bêbado. Não lembro de nada disso”

Ao ser novamente confrontado, o caseiro afirma que se recorda apenas do momento da perseguição policial e que resistiu à prisão. “[...] Esse é o momento de você contar o que aconteceu. Você já falou que foi você, como que não lembra? Você já confessou o crime e a condenação é certa”, disse a juíza a Wanderson. Nesse momento, o caseiro detalha a situação. “Eu estava na casa de um amigo meu bebendo, fui para a casa bêbado e drogado, cheguei em casa, falei com ela, mas não discutimos. Do nada, eu furei ela. Falei para a gente ir para o quarto. [...] Virou de costas para mim e eu furei ela”. A juíza então pergunta porque ele parou de golpeá-la, e o acusado respondeu: “Porque a faca quebrou”.

A vítima foi socorrida por vizinhos e levada ao Hospital Municipal de Goianópolis, e Wanderson acabou preso em flagrante pouco tempo depois. Apesar da gravidade dos fatos, o caseiro foi solto pela Justiça em março de 2020, mediante medidas cautelares, como o comparecimento ao Juízo mensalmente para informar a profissão e local de residência, a proibição de frequentar bares e locais de diversão, bem como a proibição de manter contato com a vítima ou por qualquer meio de comunicação.

Triplo homicídio


Wanderson é acusado de assassinar a namorada, Raniere Aranha, 19 anos, a enteada, Geysa Aranha, de 2 anos e 9 meses, e o fazendeiro Roberto Clemente de Matos, 73. O crime aconteceu na noite deste domingo (29/11), em Corumbá de Goiás, região com pouco mais de 11 mil moradores, e mobiliza mais de 70 policiais civis, militares e rodoviários federais.

 Wanderson com Rariane Aranha e a filha dela, Gaysa
Wanderson com Rariane Aranha e a filha dela, Gaysa (foto: Reprodução/Redes sociais)

De acordo com a Polícia Militar, Wanderson Mota Protácio assassinou a mulher e a criança dentro de casa a facadas. Depois disso, foi até a fazenda do patrão, onde furtou um revólver com seis munições e se deslocou até uma propriedade vizinha e matou o fazendeiro Roberto Clemente de Matos e tentou estuprar a esposa dele.

A mulher ainda foi baleada no ombro e, de acordo com a apuração policial, fingiu-se de morta para escapar. O assassino levou a caminhonete de Roberto e abandonou o veículo após alguns quilômetros, na GO-225.

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