Golpe do WhatsApp

Golpistas que roubaram R$ 35 mil de família do DF são alvos de operação

Os criminosos se passaram pela vítima e utilizaram uma nova abordagem. Foram oito mandados de busca em apreensão em cidades do Mato Grosso e São Paulo

Correio Braziliense
postado em 05/07/2022 09:08 / atualizado em 05/07/2022 11:51
 (crédito: Freepik/Reprodução)
(crédito: Freepik/Reprodução)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu, na manhã desta terça-feira (5/7), oito mandados de busca e apreensão contra um grupo acusado de desviar R$ 32,5 mil de uma família do Distrito Federal por meio do golpe do WhatsApp. Os mandados, cumpridos com o apoio das polícias civis do Mato Grosso e de São Paulo, foram nas cidades de Cuiabá (MT), Araçatuba (SP), Glicério (SP) e Coroados (SP).

Além dos mandados, a 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte), responsável pelas investigações, cumpriu três ordens de sequestro de valores em contas bancárias dos responsáveis pelo recebimento dos valores desviados. Ousados, os golpistas usaram uma abordagem diferente do esquema padrão de clonagem de Whatsapp.

Nova estratégia do golpe

Segundo as investigações, os golpistas primeiro fizeram contato com um parente, usando um número de celular novo com a foto da vítima. O criminoso, então, solicitaram a um dos familiares que o inserisse nos grupos da família no WhatsApp, e, ao se infiltrar nos grupos, conseguiram informações para dar credibilidade à história.

Com isso, o suspeito passou a solicitar empréstimos em mensagens privadas para os parentes da vítima através do aplicativo. Primeiro, pediu para a irmã da vítima um pix de R$ 20 mil. Depois, em conversa com a mãe, pediu mais R$ 2.580. Por último, mandou mensagem para o pai da vítima, solicitando uma ajuda de mais R$ 10 mil.

Utilizando dessa nova estratégia, o criminoso conseguiu as três transferências via pix,
totalizando um desvio de R$ 32,5 mil da mesma família. Quando a vítima percebeu que alguém se passava por ela já era tarde e os valores já haviam sido desviados para os bandidos.

O delegado da 9ª DP, Erick Sallum, destaca que os aplicativos de conversa e de transferência bancária são ferramentas novas, sendo o WhatsApp lançado em 2009 e o pix, em 2020. “As atuais vítimas desses golpes viveram a maior parte de suas vidas numa época em que não existiam essas tecnologias. Contudo, naquele período, isso não representava qualquer problema. Nessa lógica, as pessoas precisam ter calma quando receberem solicitações de dinheiro. Façam da maneira antiga, converse pessoalmente, ligue e escute a voz do solicitante, verifique antes de fazer transferências. Não se deixe conduzir pela pressa do criminoso. Não há nada que não possa esperar um pouco, ainda mais quando se trata de emprestar dinheiro”, recomenda o delegado.

Investigação

Para dificultar as investigações do crime, o grupo praticou cada fase do golpe em diferentes cidades e estados do país. No entanto, a apuração policial conseguiu comprovar que as mensagens tiveram origem na casa de um dos investigados na cidade de Cuiabá (MT). Já as contas usadas para receber os depósitos eram de pessoas residentes no interior de São Paulo.

A investigação também chegou aos beneficiários finais dos valores desviados. Após o valor ser transferido para as contas de laranjas, o dinheiro era imediatamente repassado para os verdadeiros chefes do esquema.

Todos os identificados na investigação foram indiciados por associação criminosa, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem ultrapassar 20 anos de reclusão.

A 9ªDP ressalta que a investigação das fraudes eletrônicas é difícil, pois os golpistas estão em outros estados da federação, o que demanda grande atividade de inteligência e cooperação entre as Polícias Civis. Embora esses golpes tenham se tornado conhecidos, os criminosos se reinventam e continuam encontrando pessoas desatentas.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação