ESTATÍSTICA

DF tem nível de empreendedores negros acima da média nacional, diz pesquisa

Por outro lado, levantamento mostra que o rendimento médio dos empreendedores negros é 32% menor que o dos brancos no Brasil. Os dados são do Sebrae Nacional

Correio Braziliense
postado em 14/02/2023 19:37 / atualizado em 14/02/2023 19:37
 (crédito:  Minervino Júnior/CB)
(crédito: Minervino Júnior/CB)

A quantidade de empreendedores negros no Distrito Federal apresenta índice de participação em 60%, indicador acima da média do país, de 52%. Os dados são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional), divulgados nessa segunda-feira (13/2).

Mas é preciso ponderar que o levantamento traz que o rendimento médio dos donos de negócios negros é 32% menor que o dos brancos no Brasil (R$ 2 mil mensais contra R$ 3 mil ao mês, em média). A diferença reflete uma realidade de que os empreendedores negros são mais jovens e menos escolarizados, estão há menos tempo na atividade atual e contribuem menos com a Previdência Social. Esses fatores demonstram que terão que trabalhar por mais tempo para se aposentar.

O estudo detalha que a maior fatia de empreendedores negros (32%) tem até 34 anos, enquanto, entre os brancos, 25% possuem 55 anos ou mais. Apenas 13% dos donos de negócios negros completou o nível superior. Entre os brancos, a taxa é de 32%.

Conheça a pesquisa

Elaborado pela Unidade de Gestão Estratégica e Inteligência (UGE) do Sebrae Nacional, com apoio da Unidade de Relacionamento com o Cliente (URC), o estudo Empreendedorismo por Raça-cor (e sexo) foi lançado no fim de 2022.

O levantamento identifica a evolução recente e o perfil atual dos empreendedores brasileiros com base nas informações disponibilizadas nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnadc) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre o primeiro trimestre de 2020 e o segundo trimestre de 2022.

Os dados apresentam um panorama da participação da população negra (indivíduos que se classificam como “pretos” ou “pardos”) em relação à totalidade do grupo de condutores de um negócio. No segundo trimestre de 2022, o grupo de empreendedores que se classifica como “negro” representava 52% do total dos 29,9 milhões de donos de negócio no território nacional. Desses, 10,6 milhões eram homens, e 5,1 milhões, mulheres, quase a metade.

Setores de atuação

O número de empreendedores negros se concentra no setor de serviços, seguido por comércio, agropecuária, construção e indústria. As maiores disparidades entre negros e brancos nas áreas de atuação se dão no setor de serviços e de construção.

Nas demais áreas, os dois tipos de empreendedores têm números parecidos. Enquanto 44% dos empreendedores brancos se concentram no setor de serviços (frente a 37% dos negros), área que geralmente exige qualificação e especialização, os negros são maioria na construção civil (16%, contra 11% dos brancos), setor de maior incidência de precariedade, informalidade e más condições de trabalho.

Em relação à contribuição previdenciária, nota-se uma grande diferença entre os empreendedores brancos e negros, o que sugere que uma maior parte do empresariado que se considera negro terá de atuar por mais tempo no mercado até que consiga se aposentar.

Segundo a pesquisa, 48% dos empreendedores brancos contribuem à Previdência, e 72% das mulheres negras e 74% dos homens negros, donos de negócios, não realizam o recolhimento. Essa prática os obriga a se manterem ativos no mercado nos últimos anos de vida, ou exigindo a contratação de planos privados que supram essa demanda.

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Com informações do Sebrae-DF

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