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Atos golpistas

Defesa rebate Cappelli e diz que coronel não favoreceu golpistas

Segundo defesa de coronel preso desde fevereiro do ano passado, decisão do deslocamento e o destino dos ônibus lotados para a academia da PF não foi tomada somente por ele. Advogados repudiaram falas do ex-interventor

O coronel Jorge Eduardo Naime é u m dos denunciados pelas investigações dos atos de 8/1 -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
O coronel Jorge Eduardo Naime é u m dos denunciados pelas investigações dos atos de 8/1 - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
postado em 10/01/2024 16:41

A defesa do coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Eduardo Naime, preso em decorrência das investigações dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro do ano passado, rebateu o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, sobre ter ordenado para que as tropas da corporação parassem no trajeto de levar os golpistas presos à Academia da Polícia Federal.

Os advogados do coronel, preso desde fevereiro de 2023, disseram que a decisão do deslocamento e o destino dos ônibus lotados de manifestantes não foi tomada de forma individual por Naime. "Juntamente com seus superiores hierárquicos e com o único objetivo de proteger a ordem social, considerando a ausência de estrutura física para a alocação de milhares de pessoas na sede da Polícia Federal, foi decidido pelo direcionamento dos ônibus para a Academia da Polícia Federal", escreveu a defesa.

"Assim, a insinuação de que o Coronel Jorge Naime teria atuado para beneficiar os golpistas que se encontravam nos ônibus é completamente despropositada", diz a nota, encaminhada à imprensa. O documento repudia um tweet de Cappelli, que é ex-interventor da segurança pública do DF. De acordo com o número 2 do Ministério da Justiça, Naime teria ordenado que as tropas da corporação parassem no caminho, não acompanhando os ônibus que levavam os mais de mil mil golpistas presos à Polícia Federal. O acampamento foi desmontado na manhã de 9/1.

“Os ônibus com os golpistas saíam do QG do Exército e, misteriosamente, não chegavam na sede da PF. O coronel Jorge Naime havia mandado os ônibus pararem no meio do caminho. Meu enfrentamento com ele foi um dos momentos emblemáticos”, escreveu Cappelli, no X (antigo Twitter).

Naime, antes de ter mandado as tropas pararem, omitiu a informação ao interventor, alegando que o local não suportaria todos os presos. Cappelli e o coronel quase chegaram às vias de fato, já que o interventor alegou que quem comandava a tropa a partir daquele momento era ele, após determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Denúncia

Naime, ao lado de outros oficiais que faziam parte da cúpula da corporação nos atos de 8 de janeiro, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em agosto do ano passado. A denúncia será analisada pela Primeira Turma da Corte no plenário virtual, entre os dias 9 e 20 de fevereiro. Caso a maioria dos cinco ministros vote a favor da denúncia, os sete policiais se tornarão réus. O ministro Alexandre de Moraes é o relator do caso.

Todos os sete oficiais (veja lista abaixo) são acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM. Além dessas acusações, a PGR pede que seja decretada a perda dos cargos dos denunciados.

Alvos da denúncia

Coronel Fábio Augusto Vieira: comandante-geral da PMDF em 8 de janeiro de 2023;

Coronel Klepter Rosa: subcomandante da PMDF no 8/1, e assumiu cargo após exoneração do antecessor, Fábio Augusto;

Coronel Jorge Eduardo Naime: comandante do Departamento de Operações (DOP) em 8 de janeiro, mas havia entrado de licença-recompensa em 3 de janeiro;

Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra: sub-chefe do DOP da corporação, mas era titular do departamento;

Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues: chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF em 8 de janeiro de 2023, mas havia designado verbalmente outro para atuar;

Major Flávio Silvestre de Alencar: chefe do batalhão da Esplanada em 8 de janeiro de 2023;

Tenente Rafael Pereira Martins: atuou no 8/1

 

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