Militarismo

"Quebra de paradigmas", diz comandante do CBMDF sobre comando feminino na PMDF

Ana Paula Barros Habka é a segunda mulher da história a assumir o comando da Polícia Militar do Distrito Federal. Para a comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Mônica de Mesquita, nomeação é considero um marco significativo

"É ótimo ver avanços na quebra de paradigmas e maior representação feminina em cargos de liderança nas instituições militares", disse coronel Mônica de Mesquita - (crédito: Reprodução)
postado em 11/01/2024 21:12 / atualizado em 11/01/2024 21:19

A primeira mulher a assumir o comando geral do Corpo de Bombeiro Militar do Distrito Federal (CBMDF), coronel Mônica de Mesquita Miranda, considerou que a nomeação da coronel Ana Paula Barros Habka para o comando da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) é uma quebra de paradigmas, além de ser um marco significativo.

Ao Correio, Mônica considerou a decisão do governo do Distrito Federal em escolher Ana Paula como comandante-geral da PMDF também foi assertiva, proporcionando ter duas mulheres chefiando as forças militares da capital do país simultaneamente.

“É ótimo ver avanços na quebra de paradigmas e maior representação feminina em cargos de liderança nas instituições militares. A nomeação dela para comandar a PMDF é um marco significativo, demonstrando o reconhecimento do mérito e da competência das mulheres nessas posições”, disse.

“A nova comandante demonstra não apenas competência profissional, mas também uma dedicação excepcional ao serviço público e ao bem-estar da comunidade. Sua trajetória exemplar e conquistas ao longo de sua carreira são motivadoras, evidenciando seu comprometimento com a segurança e a ordem pública”, continuou a coronel.

A oficialização de Ana Paula no cargo foi consenso entre o secretário de Segurança Sandro Avelar e o governador Ibaneis Rocha (MDB). O caminho para a nomeação dela ficou aberto com o pedido de aposentadoria solicitado pelo então número 1 da corporação, o coronel Adão Teixeira de Macedo. “Além disso, acredito que a liderança da coronel (Ana Paula) trará uma abordagem inovadora para a Polícia Militar, enaltecendo uma cultura de respeito, diversidade e cooperação. Sua habilidade em lidar com desafios complexos e tomar decisões assertivas será fundamental para manter a confiança da população na instituição”, citou Mônica.

“A presença de duas mulheres à frente das instituições militares não apenas reflete a diversidade, mas também envia uma mensagem positiva sobre a igualdade de gênero e a capacidade das mulheres em desempenhar papéis chave em setores historicamente dominados por homens (...) Que esse momento seja um exemplo inspirador para futuras gerações e incentive a promoção da igualdade de oportunidades em todas as áreas da sociedade”, completou a coronel.

Histórico

Desde agosto, Ana Paula era subcomandante-geral da PMDF. Assumiu a atividade após a prisão da antiga cúpula da corporação, nos desdobramentos das investigações sobre os atos de 8 de janeiro do ano passado. A oficial ingressou na força em 1993 e atuou como comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do 7º Batalhão, que cuida das regiões administrativas do Sudoeste, Octogonal e Cruzeiro.

A coronel também chefiou a segurança da vice-governadoria da Casa Militar, além de departamentos do Estado-Maior. Ela, que também atuou como juíza na Auditoria Militar, acumula medalhas e condecorações. Entre seus galardões constam a Medalha Mérito Alvorada; a Medalha do Mérito Segurança Pública do Distrito Federal; e a Medalha Mérito Paz no Trânsito.

A oficial será a segunda mulher da história da corporação a ser comandante-geral da PMDF. A primeira foi a coronel Sheyla Sampaio, que exerceu a função entre janeiro e agosto de 2019, mas foi desligada após atrito com Ibaneis e com seu então secretário de segurança, Anderson Torres.

Com as mudanças dessa semana, Ana Paula assumiu o comando-geral da corporação. A governadora em exercício Celina Leão (PP) nomeou o coronel Fabrício Boechat de Camargos como subcomandante-geral. E no lugar dele, no Estado-Maior, quem assume é o coronel Marcus Vinicius da Silva Antunes. Os nomes foram publicados no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), de terça-feira (9/1).

CBMDF

A coronel Mônica de Mesquita ingressou no curso de formação de oficiais do Corpo de Bombeiros em 1993, época em que estudava psicologia. Ao longo da trajetória dela no CBMDF, foi comandante do Centro de Assistência Bombeiro Militar; atuou na Diretoria de Ensino do CBMDF; Diretoria de Investigação de Incêndio CBMDF, entre outras atribuições. Ela é condecorada com a Medalha Dom Pedro II e a Ordem do Mérito Aeronáutico.

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