CB.Saúde

Tratamento para pacientes com problemas neurológicos traz qualidade de vida

Ao CB.Saúde o neurocirurgião Antonio Oliveira enfatiza que "a ideia da neurocirurgia funcional é oferecer opções de tratamento cirúrgico para melhorar a qualidade de vida e trazer funcionalidade para esses pacientes"

Os tratamentos e a melhora na qualidade de vida de pacientes com paralisia cerebral, ainda na infância, foi tema do CB.Saúde — parceria entre o Correio e a TV Brasília —, desta quinta-feira (25). À jornalista Carmen Souza, o neurocirurgião funcional do Hospital Anchieta Antônio Oliveira falou sobre a importância de se diagnosticar problemas neurológicos ainda no início, para dar aos portadores de deficiência mais autonomia e qualidade de vida, tanto a eles quanto aos seus familiares.

O neurocirurgião funcional Antônio Oliveira conta que a ideia da neurocirurgia funcional é oferecer opções de tratamento cirúrgico para melhorar a qualidade de vida, trazer funcionalidade para esses pacientes. "Explicar às pessoas que esse “funcional” é relacionado a transtornos funcionais não é apenas uma doença e sim um grupo de doenças neurológicas'', enfatiza.

Ele explica que doenças que não são malignas ou que não levam o paciente a óbito, eliminam a qualidade de vida dessas pessoas, gerando sequelas, seja em pacientes adultos (AVC, doenças crônicas como doença de Parkinson, epilepsia) ou nas crianças, onde o mais conhecido é paralisia cerebral.  Essas enfermidades geram alterações cognitivas de fala, motora e, em especial, alterações de movimento o que dificulta tanto a independência desses pacientes quanto o trabalho exercido pelos responsáveis presentes.

No caso da paralisia, é comum a cirurgia funcional e os pacientes com paralisia cerebral, historicamente, morriam mais cedo. "Há dificuldade no diagnóstico ocasionava complicações nos tratamentos", relembra Antônio. Ele complementa que, "de um ponto de vista profissional, existe uma longa estrada para caminhar e com o crescimento dessa área mais cirurgias funcionais acontecem".

No caso do aumento de casos de paralisia cerebral, o neurocirurgião afirma que está sendo documentado em artigos sobre a forma como os pacientes são negligenciados e não são avaliados dentro da própria equipe de saúde. "Esses profissionais costumam dar menos atenção aos casos de paralisia cerebral pela ideia fechada de que não tem o que fazer e que o paciente deva conviver com isso”, aponta. Esse comportamento e mentalidade são um dos objetivos que se espera mudança dentro da medicina. 

Existem diversas classificações para dizer o quanto esse paciente está disfuncional ou prejudicado. O médico lembra que existem pessoas com paralisia cerebral que são quase independentes, que trabalham, estudam, fazem concurso e se desenvolvem. Além dos pacientes graves, acamados é possível oferecer vários tipos de tratamentos medicamentosos menos invasivos e até tratamentos mais complexos para os mais debilitados.

Estudos apontam que o diagnóstico, seja em adulto ou criança, quanto mais precoce melhor para a evolução, pois assim alcança tratamentos mais específicos. Certos procedimentos avaliados dentro da especificação do paciente melhora a qualidade de vida dele e de todos ao redor. "Ter uma evidência científica funciona e ajuda todo mundo em volta".

*Estagiária sob a supervisão de Suzano Almeida

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