LUTO

Morre, aos 77 anos, Haroldo Ferraz da Nóbrega, subprocurador-geral aposentado

Haroldo morreu nesta terça-feira (6). Procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, decretou luto oficial de três dias pela morte

Haroldo Ferraz da Nóbrega, subprocurador-geral da República aposentado, morre aos 77 anos -  (crédito: Reprodução/YouTube)
Haroldo Ferraz da Nóbrega, subprocurador-geral da República aposentado, morre aos 77 anos - (crédito: Reprodução/YouTube)

Morreu, nesta terça-feira (6/2), o subprocurador-geral da República aposentado Haroldo Ferraz da Nóbrega. O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, decretou luto oficial de três dias e o velório está marcado para ocorrer nessa quarta-feira (7/2), das 8h às 10h, no Auditório Juscelino Kubitschek, da PGR.

Haroldo da Nóbrega era paraibano e começou a carreira no Ministério Público Federal em 1973 e  aposentou-se em 2021, após 48 anos de atuação. Foi coordenador de algumas Câmaras de Coordenação e Revisão, com destaque para a de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais (6CCR/MPF). Foi procurador-chefe da Procuradoria da República no Distrito Federal (PR/DF), de 1984 a 1989, e vice-procurador-geral da República, de 1995 a 2003.

Homenagens

A morte do subprocurador aposentado foi informada na abertura da 1ª Sessão Ordinária do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), na manhã desta terça-feira. O procurador-geral, Paulo Gonet Branco, manifestou profundo pesar pela perda, que considera pessoal e institucional. Lembrou de Haroldo como uma figura 'inestimável, dedicada, honesta e de convivência tranquila'. "Sei que falo isso em nome de todos os conselheiros que estão aqui e também de todos os seus colegas”, disse Gonet, que conviveu com Haroldo da Nóbrega por mais de 30 anos. Ao longo da sessão, os elogios e homenagens foram reiterados por conselheiros que integram o colegiado.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes lembrou homenagem que fez a Haroldo da Nóbrega em 2021, quando o subprocurador-geral se aposentou. "A nobreza de uma carreira tão distinta e honrada poderia até mesmo iludir o observador externo de que o homenageado seria pessoa de tão sofisticada personalidade quanto é sua fidalguia. Seria essa uma enganosa percepção. Quem conhece bem Haroldo, sabe que sua maior honraria está em poder desfrutar das coisas mais simples e valiosas que a vida nos proporciona, uma amizade sincera e a colheita dos frutos de uma tarefa árdua", disse, em sessão da 2ª Turma do STF. 

Pelas redes sociais, Mendes também se manifestou sobre a morte de Nóbrega relembrando as conquistas profissionais do subprocurador. "Recebo com profundo pesar a notícia do falecimento do meu amigo Haroldo Ferraz da Nóbrega. Fui seu colega de Procuradoria desde 1984 e lá tive a honra de acompanhar, de perto, a sua brilhante trajetória. Haroldo será sempre lembrado não só por sua distinta carreira, mas também por suas inúmeras virtudes".

A Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) também emitiu nota de pesar. Haroldo da Nóbrega compôs a diretoria da ANPR de 1977 a 1979. "Neste momento de consternação, a ANPR se solidariza com familiares, colegas e amigos do subprocurador-geral da República aposentado", diz o texto, que relembra ainda a homenagem que o subprocurador-geral recebeu em 2021, durante sessão solene no Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), antes de se aposentar, o subprocurador repassou sua trajetória no MPF. À ocasião, Haroldo enalteceu os colegas e fez um apelo para que a instituição seguisse a missão de alcançar a democracia plena no Brasil.

"Enquanto houver uma pessoa sem teto, sem emprego, sem saúde, a democracia não terá sido realizada. A democracia é um caminho", afirmou. O então presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta, ressaltou a importância e o comprometimento do colega: "Ele sempre manteve a disposição de ensinar a quem vinha depois, o que é ser, não apenas membro do MPF, mas o que é ser humano, o que é ser, na real expressão da palavra, gente querida, amada, com qualidades, com erros, que todos cometemos, mas que as qualidades sobrepõem, sem dúvida".

A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba aprovou, também na sessão desta terça-feira, voto de profundo pesar pela morte. "Um homem de bem, um estudioso e de uma inteligência rara. Uma pessoa que nasceu e viveu para o estudo e para servir ao próximo. Haroldo era um ser totalmente diferente, um homem simples, mas que aqui só fez o bem", disse o desembargador Fred Coutinho, responsável pela proposição. Segundo informações do Tribunal de Justiça da Paraíba, Haroldo era primo da mãe do desembargador Fred Coutinho, Elisabethe Coutinho.

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 06/02/2024 17:56 / atualizado em 06/02/2024 21:18
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação