Saúde pública

Infectologista acredita no combate à dengue com bactéria wolbachia

O Coordenador Científico da Sociedade de infectologia do DF, Alexandre Lima Rodrigues Cunha acredita que uma das estratégias de combate à dengue é o controle biológico por meio de novas tecnologias

Segundo o infectologista, o uso da bactéria funcionou na Austrália e pode dar certo no Brasil; Impedimento são os altos custos -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)
Segundo o infectologista, o uso da bactéria funcionou na Austrália e pode dar certo no Brasil; Impedimento são os altos custos - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)
postado em 29/02/2024 11:37

Uma das presenças durante o primeiro painel do debate promovido pelo Correio: Dengue — Uma luta de todos, que ocorre na manhã desta quinta-feira (29/2), foi o coordenador científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, Alexandre Lima Rodrigues Cunha.

Para o especialista, esse tipo de evento é de grande importância porque gera conscientização da população. “Para o controle da dengue é preciso envolvimento de toda comunidade e a população precisa estar bem informada, desde a proteção ao tratamento”, disse Alexandre.

Para o debate, o médico trouxe duas alternativas tecnológicas como forma de enfrentamento biológicos do mosquito transmissor da doença, o aedes aegypti. Alexandre afirma que existem duas tecnologias que ainda não foram implementadas, mas são perspectivas para o futuro. “Uma delas é a bactéria wolbachia, que infecta outros insetos e consegue infectar o aedes macho e, quando ele está infectado, o vírus da dengue não consegue se proliferar dentro dele”, explica.

Ainda segundo ele, esse mosquito infectado, ao se ele acasalar com a fêmea terá descendestes estéreis e não transmitirão a doença. “Na Austrália, por exemplo, conseguiram erradicar, onde o projeto foi pioneiro”, conta. “E não há nenhum risco biológico, são mais de 10 anos de estudos com o wolbachia”, afirma.

Outra estratégia é o aedes do bem, um mosquito feito em laboratório e cujos embriões da fêmea não passam do estágio de larva. “Ele não consegue evoluir e isso já foi testado e provado que é eficaz”, disse Alexandre. Um dos embargos atualmente para que as tecnologias sejam implementadas são os custos, que ainda são altos.


CB. Debate

Com o aumento dos casos de dengue no Distrito Federal, o Correio Braziliense promove, nesta quinta-feira (29/2), o seminário Dengue — Uma luta de todos, que ocorre das 9h às 13h e conta com a presença de especialistas da área e autoridades políticas para discutir ações de combate à doença e prevenção. Além disso, o evento visa gerar um diálogo com a sociedade acerca da importância do envolvimento da população para o enfrentamento da epidemia. O seminário presencial é realizado no auditório do jornal, mas conta com transmissão ao vivo no site e nas redes sociais do Correio.

Entre 1° de janeiro e 24 de fevereiro, o DF registrou 55 mortes por dengue, conforme dados do último boletim epidemiológico, divulgado na segunda-feira (26/2) pela Secretaria de Saúde do DF (SES), que ainda investiga 82 óbitos. Os casos prováveis da doença somam 100.558, um aumento de 1.449,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação