Luto

Amigos homenageiam Paulo Pestana: "Era o melhor cronista de Brasília"

A morte do jornalista Paulo Pestana foi confirmada nesta segunda-feira. Ele passou mal na noite de domingo

Pestana passou mal na noite de domingo e foi levado para um hospital da Asa Norte, com suspeita de dengue -  (crédito: Luis Nova/Esp. CB/D.A Press)
Pestana passou mal na noite de domingo e foi levado para um hospital da Asa Norte, com suspeita de dengue - (crédito: Luis Nova/Esp. CB/D.A Press)
postado em 11/03/2024 11:40 / atualizado em 11/03/2024 22:06

Paulo Pestana, 66 anos, era conhecido em Brasília como um dos grandes nomes do jornalismo da capital federal. Por onde passou, deixou fãs, fez amigos e encantou milhares com suas incríveis crônicas. A morte do jornalista e cronista foi confirmada nesta segunda-feira (11/3) e muitos amigos o homenagearam. 

Em conversa com Correio, Luis Natal, jornalista e amigo de Pestana, falou como é até difícil encontrar apenas algumas histórias para contar: "A gente viveu muitas coisas juntos, criamos os filhos juntos".

Amigos há 40 anos, Luis categorizou Paulo como o melhor e mais lúcido cronista de Brasília e afirmou que a notícia da morte foi recebida com uma tristeza imensa.

Ele conta que Paulo era conhecido e exaltado por seu grande conhecimento geral e que além de amigo era um dos fãs dele. "Sou amigo e fã do conhecimento geral dele, do conhecimento humano. Falam muito sobre o conhecimento musical dele, ele também tinha uma memória fabulosa, um vocabulário vastíssimo", contou também. 

O jornalista Fábio Lino, que trabalhou com Pestana na redação do Correio no fim dos anos 1990, definiu o amigo como "um cara espetacular" e que fazia as coisas com calma e sem estresse. "Ainda estou sem acreditar na notícia", comentou.

"Ele era o irmão que eu nunca tive", disse o jornalista Luis Augusto Mendonça, ao se referir a Pestana. Ambos se conheceram em 1976 e trabalharam juntos no Correio Braziliense, na Rede Globo e na Rádio Nacional. "Desde essa época, a gente nunca se separou." A calma de Paulinho, como se referia ao amigo, era uma de suas marcas registradas. "Eu costumava brincar que ele era o nosso Drummond. Jornalista de primeira e ensaísta maravilhoso. Por pior que fosse o problema, Paulinho sempre tinha uma palavra e um norte para resolvê-lo; tinha um jeito manso e humilde", contou emocionado.

José Natal do Nascimento, também amigo de redações, revelou que conversou com Pestana no fim de semana e que ele aparentava estar bem. Com quase 40 anos de amizade, a dupla se encontrava sempre que podia. "Ele sempre foi muito versátil, escrevia de tudo, tinha uma sensibilidade aguçada e era bem humorado. A bagagem cultural, então, nem se fale... tinha uma memória musical muito interessante", descreveu José.

O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Distrito Federal também se manifestou, lamentando a morte do jornalista. "Tido por colegas como uma pessoa culta, respeitosa, atenciosa e generosa, Pestana compartilhou conhecimento pelas redações e outros trabalhos por onde passou. O SJPDF se solidariza com a família e amigos próximos do colega Paulo Pestana", disse em nota.

Diretor de Redação do Estado de Minas, Carlos Marcelo descreve Pestana como o "melhor crítico de música que eu já li". "Escrevia sobre música clássica, jazz, rock, samba, MPB, blues com idêntica desenvoltura e sem pedantismo. Paulinho foi o meu primeiro chefe numa redação de jornal. No início dos anos 1990, no Correio Braziliense, pediu minha transferência da editoria de Esportes para a Cultura, que ele editava.
Fez de um jornalista recém-formado um repórter de cultura", escreveu nas redes sociais. "Perdi um mestre, uma referência, um farol. Perdemos uma pessoa bem-humorada, gentil, sábia, afetuosa, que sabia tudo de música e da vida."

Rosângela Rabello, amiga e dona de um dos quiosques da Quituart, lembra-se emocionada de Pestana: "O que falar de Paulo Pestana, meu amigo/irmão, irmão de verdade, que te chama a atenção, que te dá carinho, que ajuda a resolver o possível e o impossível e que senta numa mesa de bar e toma uma com você a perder de vista..." Ela se lembra ainda da cumplicidade e da companhia para sugerir bom pratos e saboreá-los. "Dentro da gente ele não partiu, vamos sempre lembrar de tudo de bom: do bom garfo, das sugestões de prato, do sorriso gostoso, da cumplicidade, da amizade."

O velório de Paulo Pestana será na terça-feira (12), às 9h, na Capela 1 do Campo da Esperança em Brasília. O corpo dele será cremado em Valparaíso.

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