Futebol

Robert Renan: dos campos de futebol do Setor 'O' para o mundo

Jogador do Inter, com convocações para a Seleção Brasileira, Robert Renan deu os primeiros passos na expansão do bairro de Ceilândia Norte, onde nasceu e se apaixonou pelo futebol

Robert Renan e a mãe, Renata -  (crédito: Arquivo pessoal)
Robert Renan e a mãe, Renata - (crédito: Arquivo pessoal)
postado em 27/03/2024 06:00

A camisa 4 do Internacional com o nome "Robert" nas costas carrega uma emocionante história. Antes de chegar a um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, Robert Renan descobriu o amor pelo futebol quando criança, na expansão do Setor 'O'. Filho de Ceilândia, o jogador de 20 anos começou no esporte nas quadras da cidade e depois partiu para o Corinthians, time pelo qual foi revelado. Depois, atuou no Zenit, da Rússia, e teve o desempenho reconhecido com convocações para a Seleção Brasileira. Mesmo com rodagem pelo mundo, ele não esquece de onde veio.

"Não consigo mais andar direito onde eu moro, é um apoio que contagia, não tenho palavras para descrever o sentimento. Sair de onde eu saí, para chegar aqui hoje, foi com muito esforço e suor. Acredito que se eu continuar com meu futebol, em um bom nível, esse reconhecimento virá cada dia mais e poderei fazer a diferença por aqui (em Ceilândia)", disse o jogador, em janeiro.

As raízes continuam na cidade até hoje. Sempre que possível, o jogador aproveita os dias de folga para dar um pulo onde nasceu, rever os amigos e os pais. O amor e o respeito pelos parentes ficam claros até no nome, combinação de Roberto e Renata. Conhecido como Preto Beto, o pai do zagueiro é rapper e sempre procurou ensinar o filho sobre as lutas sociais. A mãe recorda com carinho a trajetória do filho e o novo patamar alcançado por ele.

"O Robert sempre foi um menino tranquilo, consciente, nunca me deu trabalho em nada. Eu e o pai dele trabalhávamos, mas deixamos tudo para trás para ir viver esse sonho com ele. Os primeiros passos na expansão, quando ele treinava no sintético, depois no campo com o Arte Líder, até ir morar em Minas Gerais, aos 13 anos. Ser descoberto pelo Novorizontino e partir para o Corinthians", lembra Renata, do fundo das memórias.

"Até hoje, a participação da galera de Ceilândia com a gente é top, tem um acolhimento. Ver que tem muitos meninos que se espelham nele é especial, que acompanham pelas redes sociais, mas sabem que não é só jogar bola. É um orgulho", complementa a matriarca.

Formação no projeto Arte Líder

O zagueiro se destacava nos tempos de Arte Líder, um projeto social em Ceilândia criado com o objetivo de mudar a vida de jovens por meio do futebol. Responsáveis pelo projeto, o casal Francisco Duarte e Eliana Ferreira não medem elogios ao falar do menino tímido, calado e respeitoso que participava da equipe.

"Não demorou para perceber que o Robert era diferenciado. Desde menino, fosse fora ou dentro de campo, dava para perceber como era um rapaz especial. É uma alegria que não cabe no peito vê-lo voar cada vez mais alto. Terá uma grande carreira pela frente e uma torcida eterna por aqui", diz Duarte, técnico do zagueiro no projeto, pelo qual o atleta foi campeão no Torneio Arimatéia de Futsal na juventude.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação