Aniversário de Ceilândia

Ceilândia também tem espaço para o forró

Presidente da Asforró-DF destaca potencial cultural da região, mas lembra que é preciso levar a importância do ritmo musical para as escolas

Marques Célio Rodrigues, presidente da Asforró -  (crédito:  Carlos Vieira/CB)
Marques Célio Rodrigues, presidente da Asforró - (crédito: Carlos Vieira/CB)
postado em 27/03/2024 06:00

Nascido no Ceará, Marques Célio Rodrigues, 62 anos, veio para Ceilândia em 1995. Atualmente, é presidente da Associação dos Forrozeiros do Distrito Federal (Asforró-DF), mas a primeira ligação com a região onde mora foi outra. "Cheguei meio desnorteado, precisando de algo para fazer, e me deparei com a Feira Permanente da Guariroba. Como as feiras são algo muito marcante no Nordeste, fui convidado para administrá-la, o que durou 16 anos", lembra.

Somente entre 2010 e 2011, surgiu o convite para assumir a presidência da Asforró-DF. "E nada melhor do que colocarmos a sede na feira, que é a minha primeira referência", brinca. "Quando começamos, era tudo complicado. Passamos várias noites acordados fazendo releases para os artistas", comenta Rodrigues.

Assim que se engajou na questão cultural de Ceilândia, ele afirma que começou a ter um conhecimento melhor sobre a cidade. "Via que, apesar de ter um potencial enorme, Ceilândia tinha muita deficiência na área cultural. Os grupos eram bem setorizados e não se misturavam. Faltava a união entre os segmentos, para que pudesse juntar forças", avalia.

Com o passar dos anos, o presidente da Asforró-DF ressalta que as coisas melhoraram. "Atualmente, percebo que as comunidades conseguiram crescer e se unir, para que não ficassem no anonimato. Mas ainda acho que existe potencial para mais", comenta. "No futuro, se quisermos que o forró continue nas raízes de Ceilândia, é preciso incentivar quem o faz. O artista, se tiver qualquer incentivo para continuar seu trabalho, vai continuar tocando", observa Marques.

Essência

"Junto a isso, é necessário levar a conscientização às escolas, para que nossos jovens entendam a importância desse patrimônio imaterial", reforça. "Nem que daqui a 50 anos a gente esteja tocando uma música como 'Carolina' em um equipamento do tamanho de um pen-drive, mas que a essência se mantenha viva até lá", torce o forrozeiro.

O morador de Ceilândia destaca o amor pela região. "Foi onde formei meus filhos. Minha esposa também tem seu comércio e projetos sociais em Ceilândia, é uma ligação extraordinária, e a Asforró-DF só aumentou esse vínculo. O São João do Cerrado, por exemplo, nasceu com a associação", ressalta.

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