O tumor maligno, também conhecido como câncer, é uma das doenças que matam milhares de pessoas e que há muitas ocorrências de adoecimento mundialmente. O Dia Mundial de Combate ao Câncer, lembrado nesta segunda-feira (8/4), é uma data alusiva ao enfrentamento desta enfermidade. A perspectiva de casos para 2050 é que eles aumentem em 77%, em comparação com o ano de 2022, no qual foram registrados 20 milhões de casos, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Por esse motivo, é importante informar as pessoas dos riscos comportamentais e alimentares que causam esta doença, ressaltar os exames preventivos e promover hábitos saudáveis.
Causas
O câncer é um termo generalizado para mais de 100 doenças malignas que podem causar dano em qualquer parte do corpo. Essas enfermidades têm, em semelhança, o crescimento desordenado das células que se juntam e formam tumores, segundo o Ministério da Saúde (MS) e a OPAS. Essas células invadem os tecidos, podendo se proliferar para qualquer órgão, alcançando a metástase, ocasionando um tumor.
O surgimento da doença se origina da mutação das células (DNA), no qual cada uma delas têm instruções de como crescer e se dividir. No aparecimento de qualquer erro nestas instruções, pode surgir uma célula doente que ao se espalhar, contamina todas as outras, causando um câncer.
Ela causou 9,7 milhões de mortes no mundo em 2022 e aproximadamente 35,3 milhões de novos casos são previstos em 2050. O álcool, fumo e a obesidade, são os fatores que mais contribuem para o crescimento no número de casos da doença.
“O tabagismo e a exposição aos poluentes presentes no ar têm a possibilidade de causar o câncer de pulmão, a exibição a radiação e raios solares podem resultar substancialmente no câncer de pele, o consumo excessivo de álcool, provoca o câncer no fígado e em outros órgãos do corpo, a obesidade, pode ocasionar no câncer de mama, intestino, rins, endométrio e ovário e infecções virais como HPV, hepatite B, Hepatite C", afirma Gustavo Fernandes, diretor da Dasa Oncologia.
Vale ressaltar que o câncer também pode ser hereditário. “Nós identificamos pacientes de genética herdada que também sofrem alteração e os demais casos que ocorrem a mutação genética com o decorrer do tempo, provocado pelos fatores de risco que o indivíduo sofre. O histórico familiar é importante na avaliação de pacientes com câncer, quando o câncer é hereditário, o risco pode ser alto", explica o especialista.
Onofre Silva, 68 anos, servidor público aposentado, foi diagnosticado com câncer de próstata em 2011 que reapareceu em 2020, porém, foi tratado e, conforme o tempo, controlado. “O câncer infelizmente está no DNA da família, já perdi dois tios para esta doença, creio que seja hereditário. O primeiro diagnóstico, em 2011, foi chocante para mim, porque, na época, eu não esperava e sequer tinha um entendimento sobre a doença. O segundo diagnóstico, em 2022 foi mais tranquilo, porque como eu já havia tratado ao longo do período pós radioterapia e estava preparado para cuidar desta doença de novo”, disse.
Tratamento
Cada tipo de doença precisa de cuidados específicos, então, é essencial que o diagnóstico esteja correto. Gustavo Fernandes afirma que a cirurgia é o método mais eficaz para tratar o câncer. “Os procedimentos normalmente são cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia, hormonioterapia e terapia alvo. As indicações dependem muito de cada tipo de câncer. O que dá pra dizer com um grau de certeza alto é que a cirurgia continua sendo um grande tratamento que cura câncer, acho super importante ressaltar isso a população. Geralmente, pacientes vem com uma discussão no consultório para saber se não poderia fazer um tratamento no qual não operasse e, às vezes, falta a compreensão do quão importante a cirurgia é para resolver os problemas causados pelo câncer”, disse.
No segundo diagnóstico da doença, Onofre optou por fazer a cirurgia. “O tratamento mais indicado para mim era a cirurgia, então resolvi fazer a prostatectomia robótica, um procedimento radical, que retirava o órgão num todo. Deu tudo certo, graças a Deus! Atualmente, a doença está sob controle e eu sigo fazendo acompanhamento. Ainda bem que o câncer de próstata tem a “vantagem” de ser monitorado pela avaliação de PSA (teste feito a partir da coleta de sangue do paciente, para rastrear o câncer de próstata). E se eu perceber que está aumentando de novo o índice, quer dizer que algo tem de ser investigado novamente”, completa.
Prevenção
Os exames normalmente são para rastreamento precoce da enfermidade, para saber se seu corpo está desenvolvendo ou pode desenvolver algum tipo de câncer. Segundo Gustavo Fernandes, existem alguns exames que identificam o câncer precocemente e ajudam a ser tratado com mais calma. “ A tomografia de tórax para pacientes que são fumantes, exames de próstata, para diagnosticar o câncer de próstata precoce no homem, como o PSA, toque retal, mamografia para diagnosticar câncer de mama precocemente nas mulheres. Avaliação da pele e da cavidade oral que diagnostica eventualmente tumores precoces. Colonoscopia, caso for identificado um pólipo — crescimento desordenado das células do tecido de um órgão — e assim, retirado, reduz as chances de ter câncer. O papanicolau, ao ser diagnosticado com HPV, e aquela área infectada é tratada, reduz as chances de mulher desenvolver câncer”
Onofre diz que, atualmente, se sente aliviado por ter combatido o câncer precocemente e não ter deixado a situação se agravar. “A minha conclusão, como paciente de tratamento nesses 13 anos, é que o câncer não se cura, se trata. Se o diagnóstico e o tratamento vem precocemente, como no meu caso, as possibilidades de sucesso serão sempre maiores. Por isso, é necessário se cuidar e se vigiar, porque o diagnóstico de tratamento tardio, se for constatada as metástases em outros órgãos, agrava consideravelmente a saúde do paciente.”
Hábitos saudáveis
Manter uma dieta balanceada, não fumar, não beber, praticar exercícios físicos regularmente e proteger-se da radiação solar são alguns dos métodos que o oncologista Gustavo passou para não ter risco de gerar esta doença no organismo
Vacinas
De 13 a 15% dos cânceres são virais ou bacterianos. O serviço de saúde do país tem vacinas para alguns desses agentes que geram o câncer, como a vacina contra a hepatite B, reduzindo o risco de câncer de fígado, e a vacina contra o HPV, que tem influência no controle de câncer de colo de útero, tumores de cabeça e pescoço, tumores de canal anal e de pênis, segundo Gustavo.
Estagiário sob supervisão Márcia Machado
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