A chegada de uma frente fria que derrubou as temperaturas agrava a situação dos gaúchos. Em razão das condições climáticas, o comando conjunto das forças militares baseadas no Rio Grande do Sul priorizou, até essa quinta-feira (16/5), o envio de peças de inverno. A partir desta sexta-feira (17/5), a Força Aérea Brasileira (FAB) está suspendendo, temporariamente, o recebimento de itens de vestuário e de água nas Bases Aéreas, porque os estoques são suficientes, para atender as necessidades iniciais dos gaúchos.
A FAB segue recebendo doações que, agora, devem priorizar material de higiene pessoal, itens de limpeza, alimentos da cesta básica e ração para pets. A entrega pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
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Da Base Aérea de Brasília (BABR), o maior avião operado pela Força Aérea Brasileira (FAB) — a aeronave KC-30 — decolou nessa quinta-feira (16/5) com 30 toneladas de donativos, entre agasalhos e roupas de frio, além de 6 mil cobertores. Os itens foram entregues no mesmo dia na Base Aérea de Canoas (BACO), na região metropolitana de Porto Alegre.
O brigadeiro Daniel explicou o chamado Voo do Calor Humano, uma campanha da FAB para incentivar a doação de itens que aquecem. "O Voo do Calor Humano se refere a quatro saídas dos nossos cargueiros, sendo duas no nosso KC-30, o maior cargueiro, e dois voos no KC-390, transportando, ao todo, cerca de 100 toneladas. A ligação entre a pessoa que doa e a pessoa que recebe a doação é o que a força aérea faz", detalhou.
O brigadeiro completou que, além do transporte aéreo, a FAB mantém a continuidade de entrega de donativos por meio de diferentes modais de deslocamento. A Força Aérea também coordena uma logística de três modais. "Com o aéreo, chegamos em duas horas ao RS. Com o terrestre, chegamos a Canoas, em três dias. O outro se refere ao transporte multimodal, que inclui trajeto feito por modal ferroviário e marítimo, estamos lá em seis dias ", elencou Daniel.
O comandante da KC-30, tenente-coronel Marcos Olivieri, mostrou os 206 assentos da aeronave ocupados pelas 250 caixas com doações. "Não poderia ter momento mais conveniente de levarmos essa carga ao pessoal do RS. Temos acompanhado como o clima tem mudado. Essa é a mesma aeronave que repatriou os brasileiros de Israel. Então, nos sentimos felizes e completos por fazer este tipo de voo (de ajuda humanitária)", enfatizou.
Voluntariado
Além dos militares, há civis ajudando na triagem e na preparação dos donativos. São agentes da Cruz Vermelha, professores universitários, parentes de oficiais, estudantes e muitos mais, que verificam milhares de itens a serem separados e catalogados.
O suor escorria dos cabelos de Alexandra Nadalin Dias Moreno, 52 anos, enquanto lidava com as caixas cheias de roupas. A administradora é esposa do brigadeiro Marcelo Moreno, e chegou às 9h, no seu primeiro dia de trabalho voluntário. "Brasília está ajudando demais, não para nem um minuto de chegar doações. O pessoal está enviando tudo embalado certinho, as coisas limpas. Isso facilita muito", observou.
Muitos pacotes são enviados com recados, cartas e mensagens de incentivo aos gaúchos. A administradora destacou o cuidado dos voluntários em anexar os papéis junto dos objetos que acompanhavam. "Estamos colocando todos os recadinhos dentro das roupas nas quais vieram, para que os gaúchos tenham essa parte de alegria, humanidade mesmo, quando receberem as doações", ressaltou Alexandra.
Presidente da Associação Ordem das Altaneiras, Rosimeire Torres, 58, tem experiência em serviços de causa humanitária. Ela contou que a organização, composta por esposas de militares, é ligada à Aeronáutica e promove eventos de caridade. Um deles arrecadou fundos para a compra de cobertores. "Estamos desde terça-feira nesse trabalho de separar os donativos", disse Rosimeire.
Veja AQUI os locais onde doações podem ser entregues e os itens recomendados pela Defesa Civil do RS.
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