Demolição

Ação de derrubada de construções continua no 26 de setembro nesta terça

Moradores resistem em suas casas e reclamam da forma como a operação é realizada. A Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística informa que a intenção é coibir o parcelamento irregular das terras

Presidente da associação dos moradores criticou a falta de diálogo com a comunidade  -  (crédito: Foto: Davi Cruz/CB/D.A Press)
Presidente da associação dos moradores criticou a falta de diálogo com a comunidade - (crédito: Foto: Davi Cruz/CB/D.A Press)

A operação da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) continua nesta terça-feira (4/2) na Rua 2, Chácara 19, da Colônia Agrícola 26 de Setembro, com o objetivo de demolir as casas e as estruturas no Residencial Caliandra. Segundo a DF Legal, o intuito é coibir parcelamentos irregulares em área pública, que futuramente será destinada a equipamentos públicos.

Siga o canal do Correio no Whatsapp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Em nota, o DF Legal informou que na segunda (3/2), três casas em construção foram demolidas, além de cerca de 500 metros de muro e o início da remoção do prédio. Segundo Miguel Rodrigues, presidente da associação de moradores da 26 de setembro, o terreno que está sendo derrubado conta com 25 lotes, dos quais quatro estão ocupados por famílias que resistem à desocupação. Mesmo com a presença das equipes de fiscalização, os populares permanecem nos imóveis, na tentativa de impedir a derrubada.

Ernanes Carvalho, logista, de 40 anos, um dos moradores afetados, expressou sua indignação com a forma como a operação foi conduzida. “A gente mora aqui há cinco anos. A minha loja é na frente, mas a casa é no fundo. Eles não me notificaram, não falaram nada. A ordem de derrubada não é pra casa, é para o prédio. Estão tirando nossas coisas à força. Minha família está rodando por aí, chorando, sem saber pra onde ir. O governador falou que aqui era passível de regularização. Não tem nada que justifique essa derrubada”, desabafou ao Correio, extremamente abalado.

O presidente da Associação de Moradores também criticou a operação e questionou a falta de diálogo com a comunidade. “O que causa espanto é que, para derrubar um prédio, tiveram que derrubar todas as casas ao redor. Não somos contra derrubar o que está irregular, mas derrubar a casa de pais de família é desumano. No Taguaparque, usaram implosão para remover um prédio. Por que aqui não foi feito o mesmo? O governador falou em regularização, mas o que vemos é o sofrimento da comunidade”, afirmou Miguel Rodrigues.

Ele destacou ainda o impacto da operação, que, segundo ele, afeta cerca de 200 pessoas diretamente. “É um retrocesso. Estamos vivendo debaixo de promessas, e a comunidade paga o preço”, ressaltou o presidente da associação.

A Secretaria DF Legal informou que a ação tem o objetivo de coibir o parcelamento irregular da área e que a região da 26 de Setembro é alvo frequente de operações. O número de serviços de desobstrução mais do que triplicou de 2023 para 2024, passando de cinco para 16 ações.

  • Presidente da associação dos moradores criticou a falta de diálogo com a comunidade
    Presidente da associação dos moradores criticou a falta de diálogo com a comunidade Foto: Foto: Davi Cruz/CB/D.A Press
  • Derrubas continuam no Residencial Caliandra
    Derrubas continuam no Residencial Caliandra Foto: Foto: Davi Cruz/CB/D.A Press
  • Derrubadas continuam no Residencial Caliandra
    Derrubadas continuam no Residencial Caliandra Foto: Foto: Davi Cruz/CB/ D.A Press
Davi Cruz*
DC
postado em 04/02/2025 14:13 / atualizado em 04/02/2025 14:18
x