
Após entrar para a reserva remunerada, a coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Cintia Queiroz de Castro foi exonerada do cargo de subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF). A exoneração consta no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta terça-feira (4/2)
Indiciada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF), a coronel teve a conduta vinculada aos acontecimentos de 8 de janeiro. Ela ingressou na reserva no fim do mês passado. A medida entrou em vigor em 22 de janeiro, mas foi publicada somente ontem no DODF.
De acordo com o relatório apresentado pelo deputado distrital Hermeto (MDB), a responsabilidade pelos atos daquele dia é atribuída a Cintia e ao ex-subsecretário-executivo Fernando de Sousa Oliveira, que atuava como 02 da pasta, sob a chefia do ex-ministro da Justiça e ex-secretário Anderson Torres.
“Gerou significativas lacunas nas estratégias de segurança das instituições, órgãos e agências envolvidas nos atos do dia 8, afetando diretamente a capacidade das forças de agirem de maneira adequada”, destacou o parlamentar no relatório final, que foi enviado ao Ministério Público e compartilhado com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em depoimento à CPI, a coronel Cintia afirmou que não houve falha no planejamento, mas sim na execução das operações. “O Planejamento de Ações Integradas (PAI) previu todos os cenários possíveis. Foi realizado considerando o nível máximo de ameaça. Não houve falha no planejamento. Houve falha na execução”, declarou.
No lugar de Cintia, assume o coronel Carlos Eduardo Melo de Souza, que já exerceu a função de chefe da Subchefia do Departamento de Operações (DOP) e é ex-comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
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135 indiciados
No relatório da CPI da CLDF, apresentado no fim de 2023, há 135 indiciados. Ao longo das sete horas de leitura do resumo do relatório elaborado por Hermeto, houve momentos de tensão, inclusive, um bate-boca que fez o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT) interromper os trabalhos.
Ao fim, o documento, de 444 páginas, foi aprovado por seis votos a um pelos integrantes da CPI, enquanto o destaque que livrou o general Gonçalves Dias, o G. Dias, passou com quatro votos favoráveis e três contrários.