Investigação

Pistola usada para matar vizinho pertence a um cabo do Exército, que é filho do autor

Pistola 9mm é de uso restrito — apenas forças de segurança, militares, algumas categorias profissionais e entidades autorizadas podem ter acesso — e foi apreendida pela Polícia Civil. O filho do autor estava no trabalho no momento do crime

Arma foi entregue à Polícia Civil -  (crédito: Davi Cruz/CB/D.A Press)
Arma foi entregue à Polícia Civil - (crédito: Davi Cruz/CB/D.A Press)

A arma usada no homicídio do empresário Adriano de Jesus, 50 anos, pertence a um cabo do Exército, que é filho do autor dos disparos, Francisco Evaldo, 56. A pistola 9mm é de uso restrito — apenas forças de segurança, militares, algumas categorias profissionais e entidades autorizadas podem ter acesso — e foi apreendida pela Polícia Civil.

Francisco Evaldo estava foragido desde a manhã desta quinta-feira (6/1), quando atirou e matou Adriano de Jesus, 50, em uma rua da QR 408 de Samambaia. Segundo a investigação, o crime foi motivado pela disputa por vagas em um estacionamento público. Na manhã desta sexta-feira (7/1), Francisco se apresentou na 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) acompanhado do advogado.

A arma usada no crime também foi entregue aos policiais. Segundo o delegado Gleyson Mascarenhas, chefe da 26ª DP, a pistola estava na residência do autor, mas pertence ao filho dele que, no momento do crime, estava no quartel. Além dos indiciamentos por homicídio tentado e consumado, Francisco responderá pelo porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, com pena de três a seis anos.

Defesa

Eduardo Castro, advogado de defesa de Francisco, definiu a prisão do comerciante como ilegal. O defensor afirmou que pedirá a revogação da prisão do cliente e alegou que Francisco agiu em legítima defesa.

De acordo com Eduardo Castro, Francisco disse que, momentos antes de atirar contra as vítimas, Adriano teria sujado a lataria do carro dele, e o suspeito teria pedido para que o empresário limpasse. “O vizinho (Adriano) determinou que ele colocasse nas partes baixas e pediu que ele retornasse para casa. Começou uma discussão mais áspera e o vizinho (Adriano) sinalizou que estava com uma arma. Acabou que eles entraram em vias de fato e ele recuou, puxou a arma e efetuou os disparos”, declarou o advogado.

A família da vítima contesta. De acordo com os parentes, Adriano estacionou o veículo em local de costume e Francisco achou ruim e exigiu que o veículo fosse retirado. A partir daí, teve início o desentendimento.

O delegado considerou que não houve legítima defesa. “Quando ele sacou a arma, as vítimas correram. É nítido que não houve legítima defesa”, finalizou.

 

Darcianne Diogo
Davi Cruz*
DC
postado em 07/02/2025 17:48
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