Julgamento Adriana Villela: relator acata pedido de prisão imediata feito por MPDFT
O ministro Rogerio Schietti Cruz, relator no júri que avalia o pedido de recurso da defesa de Adriana Villela, votou contra a revisão do julgamento dela, realizado em 2019
O ministro Rogerio Schietti Cruz é relator no júri - (crédito: Reprodução )
O ministro Rogerio Schietti Cruz, relator que avalia o pedido da defesa de Adriana Villela, de anulação do julgamento realizado 2019, que a condenou a 61 anos e três meses de prisão, acatou o pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e votou a favor da prisão imediata da ré.
Durante o julgamento, iniciado às 14h desta terça-feira (11/3), o ministro evidenciou que a decisão do júri deve ser preservada. "Não vejo possibilidade de rever o mérito da soberania dos jurados, que ouviram as testemunhas, tiveram acesso às partes e, por fim, recolheram-se à sala secreta e julgaram a acusada."
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) começou nesta terça-feira (11/3) julgamento de recurso especial de Adriana Villela, condenada a 61 anos de prisão pelo caso conhecido como 'crime da 113 Sul'
Ed Alves/CB/D.A Press
No dia 28 de agosto de 2009, o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a mulher dele, também advogada Maria Carvalho Mendes Villela, e a empregada doméstica do casal, Francisca Nascimento da Silva, foram mortos por 73 facadas
Reprodução
O crime ocorreu dentro do apartamento da família, no sexto andar do bloco C da 113 Sul, e os corpos foram encontrados em decomposição por parentes três dias depois, em 31 de agosto
não tem crédito
Cerca de um ano após as mortes, em 2010, a filha do casal, Adriana Villela, e o ex-porteiro do prédio onde ocorreram os assassinatos, Leonardo Campos Alves, que chegou a assumir o crime, foram presos
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Leonardo teria sido contratado por Adriana para cometer os assassinatos, pelos quais o pagamento teria sido realizado com dinheiro e joias
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O ex-porteiro disse a investigadores que teve ajuda do sobrinho, Paulo Santana, e de Francisco Mairlon Aguiar, que também confessaram participação em um primeiro momento, mas voltaram atrás e disseram que só haviam admitido a culpa por terem sido torturados
Breno Fortes/CB/D.A Press
Segundo as investigações, no dia das mortes, Alves levou os comparsas até a residência na SQS 113 — onde se deu o ataque. Santana e Aguiar entraram no prédio com as indicações fornecidas pelo ex-porteiro e por Adriana Villela
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No apartamento, eles mataram as três pessoas com golpes de faca e, para simular um crime de latrocínio, teriam levado objetos de valor do local. Os três foram condenados a penas que, somadas, chegam a 177 anos de reclusão
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Para o Ministério Público, o crime foi cometido devido a desavenças financeiras entre a filha e os pais
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Em 2019, o caso foi levado a júri popular pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que, após mais de 100 horas em julgamento, decidiu pela condenação de Adriana como mandante de triplo homicídio, não como latrocínio
Ed Alves/CB
O julgamento durou 10 dias e é o mais longo da história do DF. Foram ouvidas oito testemunhas de acusação e 16 a favor da acusada. O depoimento mais longo, que durou cerca de dez horas, foi o da delegada responsável por indiciar Adriana pelo triplo homicídio
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O recurso julgado pelo STJ nesta terça, enviado pela defesa de Adriana, questiona o veredito do Tribunal do Júri e alega, entre outros pontos, que só conseguiu acesso a algumas mídias com depoimentos de outros réus apontados como cúmplices quando o júri tinha sido iniciado
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Ré primária condenada em primeira instância, Adriana chegou a ficar 19 dias presa, mas atualmente encontra-se livre, devido a ausência de antecedentes criminais e por ter comparecido a todas as audiências, até que se esgotem as possibilidades de recursos
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O rito
No julgamento de hoje, primeiro foram ouvidas as sustentações orais do Ministério Público (MPF e MPDFT) e da defesa de Adriana Villela. Na sequência, votou o relator, ministro Rogerio Schietti Cruz. Não há oitiva de réus.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Iesb, é especializada na cobertura da área de segurança pública e pós-graduada em jornalismo investigativo. Integra a equipe do Correio desde 2018
Brasiliense nascida em 2003, jornalista formada pela Universidade Paulista e pós-graduanda em Jornalismo Investigativo. Como estagiária, atuou na produção do Repórter DF, antigo jornal local da TV Brasil, e na Revista do Correio. Atualmente, é repórter d