
Celebrando as quatro décadas de uma das bandas mais icônicas da música brasileira. "Vital - O Musical dos Paralamas do Sucesso" subiu ao palco nesta segunda-feira (31/3) no Teatro do Hospital Sarah, um espaço carregado de história e significado. Foi ali que Herbert Vianna fez sua primeira apresentação após o longo processo de reabilitação, depois do acidente aéreo de 2001.
Mais do que um espetáculo, a apresentação foi uma verdadeira viagem no tempo. O público reviveu a trajetória dos Paralamas, desde os primeiros acordes entre amigos até a consagração nacional da banda. O musical também trouxe à tona o romance de Herbert com Lucy Needham, que morreu no acidente, e os desafios que moldaram sua história. O roteiro destacou momentos emblemáticos, como os primeiros shows amadores, a assinatura do primeiro contrato e as dificuldades enfrentadas até o sucesso definitivo.
Para a presidente da Rede Sarah de Hospitais, Lúcia Willadino, o evento representou um momento de reencontro e superação. "Este palco tem um significado especial. Foi aqui que Herbert, já na cadeira de rodas, voltou a cantar e a se reconectar com sua arte. Receber esse musical neste espaço é uma imensa alegria", declarou emocionada. "O teatro desempenha um papel fundamental na reabilitação, pois a arte toca a alma, desperta emoções e motiva o paciente a seguir em frente", acrescentou.
O musical também marcou um momento inédito no Programa Arte e Reabilitação da Rede Sarah, sendo o primeiro do gênero a ser apresentado aos pacientes. "Nos dias de espetáculo, a dor dá uma trégua. A música traz alegria, faz os olhos brilharem. E Herbert é um deles, um paciente como qualquer outro, que retorna anualmente a Brasília para suas consultas", destacou Lúcia.
Emoção
Rodrigo Salva (Herbert Vianna), Franco Kuster (João Barone) e Gabriel Manita (Bi Ribeiro) deram vida aos Paralamas em uma apresentação vibrante, repleta de energia, nostalgia e, claro, muito rock 'n' roll. Ao som de clássicos como "Meu Erro", o teatro inteiro se transformou em um coral, celebrando cada nota e cada emoção. Pacientes, funcionários e fãs da banda compartilharam momentos de pura entrega e emoção.
"O elenco inteiro se emocionou. Contar essa história neste palco é uma honra. Herbert deu a volta por cima, e hoje seguimos contando sua trajetória, que inspira e emociona tantas pessoas", revelou Rodrigo Salva, protagonista do musical.
Além das músicas, o espetáculo contou com projeções audiovisuais que transportaram o público para diferentes fases da banda, recriando momentos de shows históricos e bastidores dos Paralamas.
- Musical sobre a trajetória dos Paralamas do Sucesso chega a Brasília
- Estreia de musical dos Paralamas é cancelada por problemas no Teatro Nacional
- Sessões do musical dos Paralamas são canceladas por problemas técnicos
Reabilitação
Entre risos e lágrimas, o público foi arrebatado pela magia do teatro. Para Gustavo Nunes, idealizador do espetáculo, a experiência foi transformadora. "Ver este teatro cheio, com pacientes em seus processos de reabilitação sentindo na pele o poder da música, é indescritível. A arte é cura, é força, é esperança", afirmou.
Gabriel Manita, que interpretou Bi Ribeiro, destacou o impacto do musical: "Mais do que um tributo aos Paralamas, é uma história de amizade, superação e compaixão. O que se viveu aqui hoje transcende o palco. Estamos contando uma história de resistência e persistência, e essa é a verdadeira essência da música".
Entre os espectadores, o deputado distrital Gabriel Magno (PT) acompanhou de perto cada cena do musical. "Uma peça espetacular e emocionante. O fato de ser no Hospital Sarah tem um simbolismo enorme, com pacientes, funcionários e trabalhadores assistindo. A emoção transbordou no palco e na plateia. Esta é uma celebração à ciência e à reabilitação, mostrando a importância do hospital e da história cultural dos Paralamas com Brasília", afirmou o parlamentar.
Tomado pela emoção, o ator Franco Kuster, que interpretou João Barone, também compartilhou sua experiência. "Apresentar este espetáculo foi incrível. Não imaginávamos o quão forte seria e o quanto isso faz parte da história da banda e de tantas pessoas. Sinto-me privilegiado por participar disso. Saio daqui de alma lavada, extremamente emocionado e feliz", declarou.
Ao final da apresentação, lágrimas escorriam nos rostos de atores e espectadores. Em um gesto de gratidão e reconhecimento, pacientes do Sarah subiram ao palco para entregar flores aos artistas. Um símbolo singelo, mas carregado de significado: a música, assim como a vida, é uma jornada de amor, dor e renascimento.
Saiba Mais