VIOLÊNCIA

Feminicídio: Ausência em chá de bebê levou à descoberta de corpo

O que começou como uma profunda preocupação familiar evoluiu para uma investigação de feminicídio. Vítima deixa seis filhos

 Raquel Gomes Nunes, vítima de feminicídio -  (crédito:  Arquivo Pessoal)
Raquel Gomes Nunes, vítima de feminicídio - (crédito: Arquivo Pessoal)

A ausência de Raquel Gomes Nunes, de 46 anos, no chá de fraldas de sua filha, Raiane Oliveira Nunes, grávida de oito meses, foi o primeiro sinal da descoberta de seu corpo nesta terça-feira (17/6), em sua residência na quadra 406 do conjunto N do Recanto das Emas.

O que começou como uma preocupação familiar evoluiu para uma investigação de feminicídio, o 13º caso registrado no Distrito Federal. "No domingo que teve o chá de fralda, que a gente esperava por ela aparecer, não apareceu. Foi que a preocupação bateu mais forte", relata Raiane. As tentativas de contato com a mãe não deram certo, levando Raiane a procurar a delegacia na última segunda-feira (10/6) para registrar o boletim de ocorrência de desaparecimento.

A angústia da família se intensificou ao longo da semana. Vizinhos relataram ter visto Raquel pela última vez no sábado, acompanhada de seu companheiro. Hoje família decidiu arrombar a casa após ser alertada por um cheiro forte vindo do local. "Chegamos aqui, nós pedimos para o meu filho, o pequeno, passar por um buraco do portão. Quando ele abriu a janela, já sentia um mau cheiro, falando que estava fedendo muito", narra Raiane.

O desespero os impulsionou a arrombar o portão principal. Em um momento de pavor, a irmã de Raiane usou o celular para olhar pela janela do banheiro. "Foi quando ela se deparou com o corpo da minha mãe no chão, do banheiro. Foi a hora que minha sogra meteu o pé na porta e conseguiu entrar e se depararam com a cena", recorda a filha.

O cenário encontrado no interior da residência levou a Polícia Civil a descartar a hipótese inicial de suicídio. Apesar da corda em volta do pescoço da vítima, a grande quantidade de sangue no local e as características das marcas de violência.

De acordo com a Delegado Fernando Fernandes da 27ª DP , o principal suspeito, o companheiro de Raquel, está foragido desde o domingo. “Ele possui um histórico criminal extenso, que inclui passagens por furto, roubo, receptação e violência doméstica. O casal, que se conheceu por meio de um amigo, estava junto há menos de dois mês. Raquel, que também tinha uma passagem por uso e posse de substância entorpecente, havia se mudado para o local há pouco tempo. Ela deixa seis filhos e oito netos”, conta.

postado em 17/06/2025 20:38 / atualizado em 17/06/2025 20:49
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