CB.Poder | GUILHERME SIGMARINGA | PRESIDENTE DO PT-DF

PT vai buscar consenso na esquerda, diz novo presidente do partido no DF

O líder petista acredita que a esquerda pode se unir e chegar a um acordo para o lançamento de um candidato único ao Palácio do Buriti em 2026. Eleito para o cargo no último domingo, ele avalia que a definição pode ocorrer até outubro

O novo presidente do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal, Guilherme Sigmaringa, avalia que a esquerda pode chegar a um consenso para candidatura única ao governo do Distrito Federal. O político, eleito no último domingo para liderar a sigla na capital, fez a afirmação às jornalistas Ana Maria Campos e Denise Rothenburg, no CB.Poder de ontem. "O partido ficou voltado muito para dentro, precisamos retomar a negociação com os partidos de fora", destacou.

 

O PT vai conseguir fazer uma aliança e lançar um candidato ao governo do DF. Como você vê isso agora?

Acho que antes de sairmos propriamente à campanha, houve um momento de construção da minha candidatura que possibilitou, entre outras coisas, que reuníssemos forças dentro do partido que, durante muito tempo, caminharam paralelamente. Acho que um ponto, talvez um consenso, e algo que tem atraído boa parte desse conjunto de forças e lideranças, foi a candidatura própria do PT aqui no Distrito Federal. Existiu um consenso do grupo, e isso engloba todos os nossos parlamentares sobre essa questão da candidatura própria. Partimos para a campanha a partir desse propósito de construir um projeto de candidatura própria. Talvez, não tenha sido uma surpresa, mas foi surpreendente o clamor, a vontade da militância quando citamos esse assunto. De fato, a candidatura própria é algo que move muito e está na paixão da militância, vai na essência e instinto. Isso reverbera para todas as candidaturas. Partidos que têm candidatos fortes ao governo, têm a tendência de potencializar as demais candidaturas. Acho que o partido tem que fazer isso, minha candidatura se propôs e firmou o compromisso de fazer a construção nesse sentido, pois temos quadro, história e legitimidade para o fazer.

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Estamos em julho, um ano para o início da próxima campanha. Você acha que é importante definir quem serão os candidatos ao governo neste momento ou mais para frente? 

Minha opinião é que o ideal seria já termos esse nome definido. Que entrássemos neste ano com o nome definido. Por uma série de circunstâncias, tanto internas do partido como sobre o contexto de Brasília e dos demais partidos, isso não foi possível. Então, não adianta olhar para trás, vamos trabalhar para o que temos daqui para frente. Vamos acelerar esse processo, porém, não podemos atrapalhá-lo. No PT, há um estatuto que prevê certos ritos e procedimentos. Não podemos ter mais de dois candidatos, por exemplo. Teríamos que passar por alguma prévia, a não ser que tivesse uma direção do Diretório Nacional que impedisse. Mas eu acredito que não vamos precisar passar por isso, vai haver uma definição. E vamos trabalhar esse nome junto aos partidos.

 

É possível chegar a um consenso e definir isso até outubro, por exemplo?

Se você me perguntasse isso até abril deste ano, eu diria que seria muito difícil. Porém, ao passar pela minha candidatura e a forma como ela foi construída, não houve um consenso no partido como um todo. Até porque, se lembrarmos, o próprio presidente Lula, quando colocava o nome, volta e meia tinha que passar por prévias. Isso, o presidente Lula. Então, volto a dizer, o PT é um consenso, mas um consenso progressivo, como falamos. Mas até outubro, sem dúvida nenhuma. Acho que houve uma composição e junção de muitas forças que caminhavam separadas em nossa liderança. Acho que isso mostra a aptidão e a vontade que estão de fazer não só uma eleição, mas de fazer uma gestão unida.

 

No caso do PSB, que é um aliado potencial para vocês no DF, uma vez que, inclusive, o vice-presidente da República é do partido, tem um pré-candidato lançado e trabalha muito sua pré-campanha, que é o Ricardo Cappelli. Acha possível que vocês possam ter uma candidatura única?

Eu acho que sim. Acredito que o PT e o PSB já caminharam juntos em vários momentos, inclusive, aqui no Distrito Federal. É um aliado potencial e natural. Temos hoje nosso vice Geraldo Alckmin (PSB) na Presidência e tem uma relação muito boa no âmbito federal. Aqui também temos uma relação muito boa. Precisamos começar a construir esse processo. Novamente, estamos há três ou quatro meses dentro de um PED, que é um processo de escolha da nova direção. O partido ficou voltado muito para dentro, precisamos retomar a negociação com os partidos de fora. Em relação ao Cappelli, como você citou, acho que ele vem fazendo um bom trabalho nas redes. Tem feito um enfrentamento e tem ganhado espaço, apesar de ser um novato na política do DF e na cidade. Acho que não temos que desconsiderar ninguém de largada, precisamos fazer essa construção.

Confira o CB.Poder na íntegra:

 


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