A Justiça do Distrito Federal recebeu denúncia oferecida pela 1ª Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri e dos Delitos de Trânsito do Gama contra um homem acusado de quatro tentativas de homicídio qualificado. Os crimes, segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), foram praticados com o uso de artefatos incendiários, em circunstâncias que dificultaram a defesa das vítimas e colocaram em risco moradores de uma área urbana densamente habitada.
De acordo com a investigação, os ataques ocorreram entre os dias 16 de junho e 5 de julho de 2025, sempre durante a madrugada. O acusado teria lançado coquetéis molotov contra a casa de um ex-funcionário da empresa de sua mãe, localizada no Condomínio Residencial Mansões Paraíso, no Gama.
A motivação dos crimes seria vingança. Após o fim do vínculo empregatício, a vítima entrou com uma ação trabalhista contra a antiga empregadora, requerendo direitos trabalhistas não pagos. Inconformado com o processo, o denunciado teria iniciado os ataques à residência do trabalhador.
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Nos quatro episódios, os artefatos, feitos com líquidos inflamáveis, causaram focos de incêndio no imóvel enquanto os moradores dormiam. A consumação dos homicídios só não ocorreu por fatores alheios à vontade do autor, como a rápida ação de vizinhos para controlar as chamas ou falhas no acionamento do fogo.
Segundo o MPDFT, os crimes foram premeditados, motivados por razão torpe e executados com o uso de meio cruel, que dificultou a defesa das vítimas. O órgão também ressaltou o risco gerado à comunidade, já que a residência alvo dos ataques está situada em uma área residencial com alta densidade populacional.
O acusado está preso preventivamente. O Ministério Público requer sua condenação por quatro tentativas de homicídio qualificado, conforme o artigo 121, §2º, incisos I, III e IV, combinado com o artigo 14, inciso II, do Código Penal. Além disso, foi solicitado o pagamento de, no mínimo, R$ 50 mil a título de reparação por danos morais e materiais, além da quebra do sigilo de dados do celular apreendido com o acusado, para aprofundar as investigações.
