SAÚDE

Saiba como se proteger das doenças típicas do período de seca no DF

Desde dores de cabeça a crises de asma, o mal-estar é constante. Especialistas dão de dicas de como se proteger

Prevenir é melhor que remediar. Assim pensa também a professora Elizângela Kotz, 41, que levou o filho adolescente André para, juntos, serem vacinado contra a Influenza -  (crédito:  Bruna Gaston CB/DA Press)
Prevenir é melhor que remediar. Assim pensa também a professora Elizângela Kotz, 41, que levou o filho adolescente André para, juntos, serem vacinado contra a Influenza - (crédito: Bruna Gaston CB/DA Press)

Com o período de seca no Distrito Federal, boa parte da população é afetada por complicações típicas da estação no Cerrado. Seja em casa com um umidificador ligado, ou em uma emergência hospitalar, os brasilienses sofrem com os meses sem chuva, que provocam os mais diversos sintomas, desde dor de cabeça e mal-estar, a crises de asma e outras doenças respiratórias. 

Para quem mora perto de reservas ecológicas, geralmente afetadas pelas queimadas nesses meses, o desconforto é certo. É o caso de Giane Figueiredo, cujo apartamento fica no final da Asa Norte, região próxima ao Parque Nacional. "No parque, sempre tem queimadas e todo ano eu e meus filhos passamos mal. Temos enxaqueca e o cheiro forte da fumaça causa crises respiratórias", relata a servidora pública. De acordo com Giane, além das fortes dores de cabeça, ela costuma sofrer com problemas respiratórios. "Tenho rinite e sou bastante alérgica, então com a baixa umidade, começo a espirrar, tossir e sentir uma indisposição geral", completa.

Entre as medidas que ela tomou para minimizar os danos estão manter os umidificadores ligados pela casa, toalhas molhadas penduradas nas portas, fechar as janelas em qualquer sinal de queimadas e encher o ambiente de plantas. "Algumas espécies ajudam a filtrar as impurezas do ar e manter o ambiente mais fresquinho. Eu sempre gostei de cuidar de plantas e, na época da seca, elas são aliadas. Só é importante lembrar de regar bem mais do que eu faria no resto do ano", aponta.

 01/08/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Doenças na seca, Espedito de Souza e filho Emanuel
Espedito levou o filho Emanuel ao hospital após mal-estar (foto: Bruna Gaston CB/DA Press)

De acordo com a pneumologista e gestora de relacionamento do Hospital Anchieta, Tatiana Veloso, durante o tempo seco em Brasília, que costuma ocorrer entre maio e setembro, várias doenças respiratórias ficam mais frequentes, como a rinite alérgica, sinusite, asma, bronquite e infecções respiratórias. "O nariz, a garganta e os pulmões, que dependem da umidade do ar para funcionar bem são afetados na estação seca. As mucosas ressecam e assim impurezas e vírus se tornam mais frequentes e a tosse aparece como um reflexo para tentar limpar a garganta e os pulmões", esclarece a médica. "Além das doenças, também são frequentes sintomas como sangramentos nasais, ressecamento da garganta e irritação nos olhos, especialmente em crianças e idosos", completa Tatiana, que explica que, o corpo humano tem um sistema de defesa natural nas vias respiratórias que é afetado com a baixa umidade.

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Esperando atendimento para o filho André, de 3 anos, no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Espedito de Souza conta estar habituado ao pequeno adoecer nessa estação. "Quando ele era mais novo, chegou até a ter bronquiolite. Foi um susto. Desde então, geralmente quando o tempo fica mais seco, ele adoece", relata André, que estava com uma tosse seca e incessante, também chegou a ter febre e mal estar.

"Lá em casa, quando começa esse período sem chuvas, tomamos algumas providências, como manter ligados os umidificadores e oferecer a ele sempre água para manter-se hidratado", conta Espedito. "Mesmo assim, ele acaba adoecendo, acho que por ser muito pequeno, o sistema imunológico tende a ser mais frágil mesmo", completa.

Prevenir é melhor que remediar. Assim pensa também a professora Elizângela Kotz, 41, que levou o filho adolescente André para, juntos, serem vacinado contra a Influenza. "Moramos no Lago Norte e, por ser uma região de muita vegetação, começamos a sofrer com a fumaça das queimadas. A garganta arranha, a tosse vem e a imunidade acaba caindo. É melhor vacinar para impedir que a gente pegue uma gripe e adoeça ainda mais", ressalta Elizângela.

A professora conta que seu filho costuma adoecer no período de estação seca e que, ao buscá-lo na escola, aproveitou para passar na Unidade Básica de Saúde 1 da Asa Sul e receber o imunizante. "Não é todo ano que a vacina contra a gripe é estendida para toda a população. É uma oportunidade que tem que ser aproveitada", comemorou ela, que diz esperar que a iniciativa aconteça também nos próximos anos.

Cuidados

De acordo com Tatiana Veloso, a população pode tomar alguns cuidados para se proteger no tempo seco. "Beber muita água ao longo do dia, mesmo sem sentir sede, é essencial, porque a hidratação ajuda todo o corpo a funcionar melhor. O uso de soro fisiológico no nariz para manter a mucosa nasal úmida e limpa também vai bem, assim como toalhas molhadas ou bacias de água nos cômodos da casa", aponta. "Também é importante evitar fazer exercícios físicos nas horas mais quentes e secas do dia, assim como não varrer a casa a seco para não levantar mais poeira. Procure usar um pano úmido", completa.

Algumas mudanças de hábito podem ser adotadas para reduzir os danos no organismo nesses meses sem chuva. Entre os pontos levantados pela especialista estão  o aumento da ingestão de líquidos, a redução do uso de ar-condicionado e a adoção de umidificadores. "Vale a pena também usar roupas leves e tomar banhos mornos, pois banhos muito quentes também ressecam a pele. Além disso, é importante evitar a exposição a poluentes, fumaça de cigarro ou queima de lixo", finaliza.

 

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postado em 21/08/2025 05:00
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