Caso da 113 Sul: STJ retoma julgamento de Adriana Villela na próxima semana
Ré é acusada de ser mandante da morte dos pais e da empregada doméstica no caso que ficou conhecido como "o crime da 113 Sul"
O julgamento foi suspenso em março deste ano após pedido de vista do ministro Sebastião Reis Júnior - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) retoma na próxima terça-feira (5/8) o julgamento do recurso apresentado pela defesa de Adriana Villela, condenada em 2019 a 61 anos e 3 meses de prisão pelo triplo homicídio dos pais, o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a advogada Maria Carvalho Mendes Villela, e da empregada doméstica da família, Francisca Nascimento da Silva. O caso, que ocorreu em 2009, ficou conhecido como "o crime da 113 sul".
A retomada do julgamento foi anunciada neste sábado (2/8) pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que junto ao Ministério Público do Distrito Federal (MPF) solicitou a prisão imediata da ré. O recurso em análise havia sido interrompido em março deste ano, após pedido de vista do ministro Sebastião Reis Júnior.
A defesa de Adriana pede a anulação do julgamento alegando cerceamento de defesa e irregularidades na obtenção de provas utilizadas na acusação. No entanto, segundo o MPDFT, todas as teses de nulidade já foram analisadas e rejeitadas pelo Judiciário em instâncias anteriores. O MP sustenta que a condenação foi embasada em provas robustas e referendada por um júri soberano, e que não há motivos para postergar o cumprimento da pena.
A promotoria baseia o pedido de execução imediata da pena no Tema 1.068 do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite o início do cumprimento da sentença após decisão do júri popular, mesmo que ainda caibam recursos. O relator do caso no STF, ministro Rogério Schietti Cruz, já se manifestou pela rejeição do recurso da defesa e pela prisão imediata da ré em sessão realizada em 11 de março deste ano.
Adriana Villela foi considerada mandante do crime, cometido com agravantes como motivo torpe e uso de meio que dificultou a defesa das vítimas. A expectativa do MPDFT é que o STJ mantenha a condenação e determine a execução provisória da pena. A sessão, que terá início às 14h, será transmitida ao vivo pelo canal do STJ no Youtube.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) começou nesta terça-feira (11/3) julgamento de recurso especial de Adriana Villela, condenada a 61 anos de prisão pelo caso conhecido como 'crime da 113 Sul'
Ed Alves/CB/D.A Press
No dia 28 de agosto de 2009, o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a mulher dele, também advogada Maria Carvalho Mendes Villela, e a empregada doméstica do casal, Francisca Nascimento da Silva, foram mortos por 73 facadas
Reprodução
O crime ocorreu dentro do apartamento da família, no sexto andar do bloco C da 113 Sul, e os corpos foram encontrados em decomposição por parentes três dias depois, em 31 de agosto
não tem crédito
Cerca de um ano após as mortes, em 2010, a filha do casal, Adriana Villela, e o ex-porteiro do prédio onde ocorreram os assassinatos, Leonardo Campos Alves, que chegou a assumir o crime, foram presos
Daniel Ferreira/CB/D.A Press
Leonardo teria sido contratado por Adriana para cometer os assassinatos, pelos quais o pagamento teria sido realizado com dinheiro e joias
Breno Fortes/CB/D.A Press
O ex-porteiro disse a investigadores que teve ajuda do sobrinho, Paulo Santana, e de Francisco Mairlon Aguiar, que também confessaram participação em um primeiro momento, mas voltaram atrás e disseram que só haviam admitido a culpa por terem sido torturados
Breno Fortes/CB/D.A Press
Segundo as investigações, no dia das mortes, Alves levou os comparsas até a residência na SQS 113 — onde se deu o ataque. Santana e Aguiar entraram no prédio com as indicações fornecidas pelo ex-porteiro e por Adriana Villela
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No apartamento, eles mataram as três pessoas com golpes de faca e, para simular um crime de latrocínio, teriam levado objetos de valor do local. Os três foram condenados a penas que, somadas, chegam a 177 anos de reclusão
Márcia Foizer/Estação Um
Para o Ministério Público, o crime foi cometido devido a desavenças financeiras entre a filha e os pais
Adauto Cruz/CB
Em 2019, o caso foi levado a júri popular pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que, após mais de 100 horas em julgamento, decidiu pela condenação de Adriana como mandante de triplo homicídio, não como latrocínio
Ed Alves/CB
O julgamento durou 10 dias e é o mais longo da história do DF. Foram ouvidas oito testemunhas de acusação e 16 a favor da acusada. O depoimento mais longo, que durou cerca de dez horas, foi o da delegada responsável por indiciar Adriana pelo triplo homicídio
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O recurso julgado pelo STJ nesta terça, enviado pela defesa de Adriana, questiona o veredito do Tribunal do Júri e alega, entre outros pontos, que só conseguiu acesso a algumas mídias com depoimentos de outros réus apontados como cúmplices quando o júri tinha sido iniciado
Ed Alves/CB/D.A Press
Ré primária condenada em primeira instância, Adriana chegou a ficar 19 dias presa, mas atualmente encontra-se livre, devido a ausência de antecedentes criminais e por ter comparecido a todas as audiências, até que se esgotem as possibilidades de recursos
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Graduanda de Jornalismo no Centro Universitário IESB, com experiência na editoria de Cidades do Correio Braziliense e em assessoria de imprensa. Atualmente, repórter do CB-Online