
Convidado do CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília —, o secretário de Cultura do Distrito Federal, Claudio Abrantes, detalhou como será o 58° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB), que se inicia nesta sexta-feira e segue até 20 de setembro. Aos jornalistas Carlos Alexandre e Ronayre Nunes, ele também comentou sobre as obras do Teatro Nacional e a política cultural do DF.
Por que esta edição do Festival do Cinema é especial?
Este ano, o festival chega à 58ª edição, e nós conseguimos trazer esse evento para a época mais adequada, no começo de setembro, quando Brasília fica sem chuva, com o céu lindo e com os ipês. O festival está bem posicionado depois do Festival de Gramado e antes do Festival do Rio. Estamos trazendo para o filme de abertura O agente secreto (de Kleber Mendonça Filho), com o Wagner Moura, longa premiado em Cannes. E temos a homenagem especialíssima à Fernanda Montenegro, que vai receber o Troféu Candango pelo conjunto da obra. Ela foi a melhor atriz no primeiro festival, com A falecida, em 1965.
Estamos vivendo um momento excepcional do cinema brasileiro. Essa pujança influencia no festival?
O mundo hoje olha para o cinema brasileiro. Com Fernanda Montenegro homenageada e o filme premiado com o Wagner Moura na abertura, o Distrito Federal se torna um centro dessa atenção.
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Quais são as características do novo modelo de gestão do festival, com contrato mais longo?
A nossa ideia é fortalecer o Festival de Cinema e o Cine Brasília, que é o maior cinema público em atividade no país. A Secretaria de Cultura tem um corpo técnico pequeno, muita qualidade, mas poucos servidores. A gente está fazendo contratos de gestão compartilhada, não se trata de terceirização. A gestão do Cine Brasília e do Festival de Cinema continua pública, mas nós temos instituições que nos ajudam a gerir. Isso ajuda, por exemplo, na seleção de filmes, foram mais de 700 inscritos. Essa equipe técnica nos auxilia. O contrato de médio prazo, de três anos, nos permite planejar os festivais futuros, assim como também nos permite melhorar a captação, entrar na cena do audiovisual, ter uma relação mais forte com a imprensa. E temos algo inédito: já teremos a data do festival do ano que vem para anunciar.
Qual a expectativa sobre o futuro do Teatro Nacional Cláudio Santoro?
O Teatro Nacional é um dos maiores equipamentos culturais do país, uma obra de, aproximadamente, 50 mil m². É um teatro muito grande que ficou fechado muito tempo e, no final do ano passado, conseguimos reabrir a Sala Martins Pena (com aproximadamente 500 lugares). A reforma da sala Villa-Lobos, da Sala Alberto Nepomuceno e do espaço Dercy Gonçalves está em licitação. Nos próximos dias, a empresa vencedora deve ser anunciada, já com o orçamento separado, para que a gente retome a obra plena.
Como estão os equipamentos culturais em outras regiões administrativas?
É uma deficiência que o DF tem ainda, e que estamos buscando sanar. Muitos (equipamentos culturais) estão concentrados no Plano Piloto, temos alguns espalhados pelo DF que estão em funcionamento e que são de responsabilidade da Secretaria de Cultura. Eu cito os complexos culturais de Planaltina e de Samambaia, a Casa do Cantador de Ceilândia. Também estamos lançando a licitação da reforma do Cine Itapoã, do Gama. É um pedido antigo da comunidade e temos o valor, algo em torno de R$ 7 milhões, mas estamos esperando a disponibilidade orçamentária para poder lançar essa licitação. Ainda existe uma carência muito grande de espaços culturais nas regiões do Entorno e existe uma demanda, engana-se quem pensa que a população não está atenta para questões culturais. Estamos recebendo demandas muito significativas sobre mais espaços culturais nas RA's.
Que trabalho a secretaria faz voltado para novos artistas?
Muita gente não sabe que tem um Fundo de Apoio à Cultura (FAC) no DF, ou acha que é difícil acessar. Realmente, tem competitividade, pois todos os artistas buscam recursos nesse fundo. Estamos procurando descentralizar e favorecer aqueles que estão começando. O FAC vai distribuir, neste ano, algo em torno de R$ 80 milhões em editais das mais diversas áreas. A gente tem buscado regionalizar o FAC para que os recursos cheguem mais nas RA's. Este ano, a gente criou uma linha específica para as regiões de baixo IDH, que são as com mais dificuldades de acessar o fundo. Para resgatar, é necessário ter um projeto vinculado a alguma linha do edital e também o Cadastro de Entes e Agentes Culturais (CEAC), em que a pessoa mostra o seu portfólio, a gente julga, vai para o Diário Oficial do DF e gera um número que a pessoa pode usar para concorrer nos editais do FAC-DF e do governo federal.
*Estagiário sob a supervisãode Patrick Selvatti
Cidades DF
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