CB FÓRUM

Debate promovido pelo Correio traça os caminhos até o mercado de trabalho

Governo, setor produtivo e universidade colocam a educação e a qualificação profissional como imprescindíveis na formação do jovem e na conquista de melhores oportunidades de emprego

O público lotou o auditório do Correio para assistir ao debate -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
O público lotou o auditório do Correio para assistir ao debate - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O CB Fórum — Educação Profissional e Mercado de Trabalho, que ocorreu, ontem (9/9), no auditório do Correio Braziliense, reuniu representantes de três segmentos importantes para debater o tema: o Governo do Distrito Federal (GDF), a Universidade de Brasília (UnB) e o setor produtivo. A secretária de Desenvolvimento Social do Distrito Federal, Ana Paula Marra, foi uma das painelistas junto com o diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico da Universidade de Brasília (UnB), Guilherme Martins Gelfuso, e o gerente de Recursos Humanos da Rede Cascol, Evaldo de Oliveira Sousa.

A secretária Ana Paula Marra destacou a importância da assistência social para a garantia de melhores oportunidades de trabalho, de forma que os programas do GDF possam facilitar o acesso dos jovens à educação, inclusive, aos cursos técnicos. Ao citar como exemplo a questão da empregabilidade entre pessoas em situação de rua, a chefe da pasta ressaltou a complexidade que há em não apenas qualificar, mas oferecer suporte emocional a esse público.

 

Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social do DF
Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social do DF (foto: Minervino Júnior/CB/DA Press)

"Precisamos muito não somente qualificar, mas fazer com que essas pessoas tenham esperança e acreditem que são capazes de assumir qualquer tipo de cargo disponível hoje no mercado. Por isso, temos tentado auxiliar esse público para ter o mínimo de autonomia e disciplina antes de ingressar em um emprego", afirmou a secretária.

Segundo Ana Paula, 1.140 pessoas em situação de rua foram encaminhadas para o Renova-DF — programa de qualificação profissional da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, com duração de três meses, cujo foco é o ensino prático. "Antes de chegarmos a essa quantidade, tentamos abordar mais de 3 mil pessoas. Então, não é simples", exemplifica.

 A secretária lembrou ainda que, neste ano, a pasta lançou o programa Incentiva DF, para jovens de 15 a 18 anos, cuja finalidade é combater a evasão escolar e incentivar o desenvolvimento da autonomia social. Trata-se de um projeto no qual os participantes recebem uma bolsa de R$ 200 e devem manter a frequência e participação nas atividades.

Lançado em abril, o projeto acolheu 650 participantes, que estavam inscritos no Cadastro Único, por um período de 12 meses. "Em pouco tempo de programa, percebemos que deu certo, porque, em vez de ficar na rua, esse adolescente consegue se manter na escola e participar de atividades das entidades sociais do nosso serviço de convivência. E, quando falo de se manter, falo de termos esperança", disse a chefe da pasta.

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No momento do debate, Ana Paula também comentou sobre a importância do ensino técnico. "Gosto de colocar que, muitas vezes, pessoas de uma classe mais alta, quando fazem 18 anos, pensam no ensino superior. Porém, em uma classe mais baixa, esses jovens não têm a mesma oportunidade. Então, precisamos diversificar os serviços, seja para ingressar em uma faculdade, seja para entrar no mercado de trabalho", afirmou.

A secretária ainda mencionou o programa Enfrente, parceria entre a Sedes, a Secretaria de Educação e o Senac, que qualifica jovens em situação de vulnerabilidade social para o mercado de trabalho, como jovem aprendiz e apoio social para as famílias, focando na formação e empregabilidade. "O jovem já vai entrar numa empresa ganhando um salário mínimo. A novidade desse programa é que nós vamos cuidar não apenas desse público, mas de toda a família", pontuou.

"Para exercer qualquer tipo de trabalho, é preciso ter uma base e acreditar em si, talvez, seja o maior fator. Não é somente abrir vagas de emprego, é preciso criar caminhos para que essas pessoas, hoje no desalento, tenham condições, autonomia e autoestima para ocupar qualquer vaga no mercado de trabalho", resumiu Ana Paula ao final do painel.

 

  • Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social do DF
    Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social do DF Foto: Minervino Júnior/CB/DA Press
  • Guilherme Gelfuso, diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico da UnB
    Guilherme Gelfuso, diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico da UnB Foto: Minervino Júnior/CB/DA Press
  • Evaldo de Oliveira, rede Cascol
    Evaldo de Oliveira, rede Cascol Foto: Minervino Júnior/CB/DA Press
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postado em 10/09/2025 04:04
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