JULGAMENTO

Julgamento de Bolsonaro: monitoramento, cães farejadores e entrada restrita na Praça dos Três Poderes

Grades restringem acesso ao STF e ao Palácio do Planalto. Trânsito e expediente na Esplanada seguem sem alterações

No dia em que é iniciado o julgamento histórico do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus por tentativa de golpe de Estado, o clima na Esplanada dos Ministérios é de normalidade. Sem alterações no trânsito, a movimentação de trabalhadores dos órgãos públicos federais segue dentro do esperado, também sem mudanças. No estanto, grades, instaladas nessa segunda-feira (1/9), restringem o acesso do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto.

Quem transita nos arredores da Praça dos Três Poderes, cujo ponto se entrada é controlado, nota a maior circulação de policiais militares. No momento, ao menos quatro ônibus, quatro vans e cinco viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) reforçam a segurança do local. "Até agora, não tivemos qualquer indício de anormalidade. Não houve manifestações suspeitas nem apreensões. Também não há previsão de protestos relacionados ao julgamento", diz o Major Silva, responsável pela equipe. Ainda não há movimentação de drones com câmeras térmicas, apenas um helicóptero que sobrevoa o Congresso Nacional.

Para esta terça-feira (2/9), a Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF) montou um esquema especial, que inclui operações conjuntas com forças locais e federais, monitoramento em tempo real e reforço do policiamento, em especial nas vias de acesso ao STF, como S1, S2 e L4 Sul. O Protocolo de Ações Integradas (PAI), elaborado pela SSP/DF, define as diretrizes para a atuação das instituições, órgãos e agências envolvidos na segurança. Segundo a pasta, o objetivo é garantir a preservação da ordem, mobilidade e prestação dos serviços públicos durante o período de maior movimentação. As mudanças seguem até o fim do julgamento, previsto para 12 de setembro.

O Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob) e a Polícia Judicial do STF serão responsáveis pelo monitoramento do perímetro da Corte. Equipamentos de última geração, como drones com câmeras térmicas, permitirão varreduras diurnas e noturnas, capazes de identificar movimentações suspeitas. Também foi instalada a Célula Presencial Integrada de Inteligência, vinculada à Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (Dpcev), na sede da SSP/DF. O espaço reúne mais de 20 órgãos locais e federais de segurança — para agilizar o compartilhamento de informações, reduzir o tempo de resposta e intensificar ações preventivas — e foi criado após uma tentativa de ataque à bomba ao STF, em novembro do ano passado.

O acesso ao prédio do STF será controlado com uso de detectores de metais e cães da polícia farão a varredura nos arredores. A segurança interna dos ministros e das instalações do Supremo seguirá sob responsabilidade da Polícia Judicial do STF.

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O julgamento de Bolsonaro e dos outros sete réus ocorrerá na Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator do processo), Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino. As sessões foram marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, das 9h às 19h. Nos dias 3 e 10, haverá sessões apenas até as 12h. Se condenado, o ex-chefe do Executivo pode pegar até 39 anos de prisão. Na Octagonal, faixas com os dizeres "sem anistia" e "Bolsonaro na cadeia" foram penduradas em uma passarela nesta manhã.

Luciana Corrêa/CB - Na Octagonal, faixas com os dizeres "sem anistia" e "Bolsonaro na cadeia" foram penduradas em uma passarela nesta manhã

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