Internos da Comunidade Terapêutica Liberte-se eram obrigados a seguir uma rotina que contava com hábitos cronometrados e trabalhos realizados dentro da instituição. Ao Correio, familiares e internos relataram que havia castigos físicos e trabalhos de forma obrigatória.
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Um ex-interno da Comunidade Terapêutica Liberte-se, que não quis se identificar, detalhou a rotina da instituição. “O café da manhã acontecia às 7h, após a alimentação, acontecia um evento devocional com orações. Após os 30 minutos de intervalo, fazíamos trabalhos na chácara até a hora do almoço”, afirmou.
Em detalhes, os trabalhos mencionados pelo ex-interno foram definidos como “abusivos” e “degradantes”. Entre os serviços prestados estavam:
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Limpeza de chiqueiro
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Dar banho nos cavalos
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Escavação de fossa
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Lavar roupas
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Limpeza e manutenção da casa onde ficavam
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Preparo das refeições
G.C.S, de 24 anos, além de ser ex-interno do espaço, também perdeu o irmão, João Pedro da Silva, 25, no incêndio que aconteceu no último domingo (31/08). O jovem também relatou o trabalho forçado, entretanto, adiciona que também poderiam ser utilizados como castigo. “Se a gente não aceitasse realizar o trabalho, eles ligavam para a nossa família e falavam que estávamos regredindo no tratamento”, afirmou.
Trancafiados
O ex-interno anônimo deu continuidade a seu relato sobre a rotina na instituição falando sobre o almoço. Segundo o homem, que ficou 11 dias internado, após o almoço, os internos foram direcionados para os quartos. “Eles trancavam todo mundo no quarto para o descanso do almoço. Só liberaram a gente para fazer outros serviços”, afirmou.
Após essas outras tarefas, que seguiam até a noite, os internos também participam de algumas reuniões antes do horário de dormir, por volta das 22h. O ex-interno relatou que ficavam trancados a noite toda. “De 22h às 7h era todo mundo trancado. Alguns eram amarrados às camas para não tentarem escapar”, acrescentou.
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