Na manhã desta terça-feira (16/9), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou a Operação Xingu para desarticular uma organização criminosa voltada à subtração, adulteração, ocultação e comercialização interestadual de veículos automotores. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em Ceilândia, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga, Estrutural, Cidade Ocidental (GO) e Anápolis (GO).
Ao menos 10 pessoas estão envolvidas no crime. Destas, duas pessoas foram presas em flagrante por adulteração de veículo e por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito — em que foram localizadas uma pistola 9mm e uma carabina calibre 22. A operação ocorreu por intermédio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (CORPATRI).
Entre os itens apreendidos, estão: motocicletas com queixa de roubo/furto, diversas peças de origem suspeita, um veículo com sinais identificadores adulterados e aparelhos celulares. As investigações apontaram que a organização criminosa tinha atuação estruturada, divisão de tarefas e uso de estabelecimentos comerciais de fachada (lava a jato, loja de emplacamento e revendedora de veículos e motocicletas).
Como o grupo agia
O principal articulador e líder operacional do grupo era responsável por encomendar veículos a serem furtados ou roubados, indicar modelos e locais para os delitos, coordenar os processos de adulteração de sinais identificadores junto a adulteradores e fornecedores de placas falsas e negociar diretamente com os receptadores finais.
Era o líder quem centralizava a logística de ocultação e transporte, inclusive para outras unidades da federação, além de atuar ativamente no comércio de armas de fogo e dispositivos eletrônicos destinados a burlar rastreadores veiculares.
Residente em Anápolis, um dos receptores recebia os veículos adulterados do líder do grupo, fornecia dados para clonagem de placas e negociava valores e condições de entrega, figurando como destinatário final e redistribuidor dos bens ilícitos. Ele também aparece vinculado a tratativas de aquisição de armamentos.
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Um terceiro indivíduo teve participação direta em roubos, na subtração do Fiat Mobi, em março de 2024, além de negociar a entrega do veículo e solicitar armamentos e equipamentos de bloqueio de rastreadores para utilização nas ações criminosas.
A organização ainda contava com suporte logístico de um Lava-Jato, onde os veículos recém-subtraídos eram ocultados (“esfriados”) e preparados para a revenda com troca de placas, tudo com ciência da origem ilícita dos bens.
