O Distrito Federal registrou um aumento na proporção de domicílios em situação de insegurança alimentar entre 2023 e 2024. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados nessa sexta-feira (10/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice subiu de 26,5% para 27%.
O Correio contatou a Secretaria de Desenvolvimento Social do DF. Em nota, a Sedes informou que a análise realizada dos indicadores de segurança alimentar deve considerar a metodologia de cada uma das pesquisas, "a fim de evitar interpretações distorcidas".
Além disso, também informou que, em relação à PNAD Contínua, "a amostra utilizada no DF foi de apenas 1.365 entrevistas, o que representa uma fração mínima diante do universo de mais de 130 mil famílias atualmente beneficiadas pelo Cartão Prato Cheio". Veja a nota na íntegra, ao final da matéria.
Segundo dados da PNAD Contínua, além do DF, outras três unidades da federação apresentaram piora no indicador: Roraima, com o maior salto, passou de 36,4% para 43,6%; Amapá foi de 30,7% para 32,5%; e Tocantins teve um avanço de 28,9% para 29,6%.
Esses estados foram exceções em um cenário nacional de melhora. No mesmo período, o Brasil reduziu a taxa de insegurança alimentar de 27,6% para 24,2%, retirando cerca de 8,8 milhões de pessoas dessa condição. As regiões Norte (37,7%) e Nordeste (34,8%) seguem com as maiores proporções de domicílios afetados.
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O levantamento também apontou que a insegurança alimentar tende a ser menor entre os mais velhos. Entre as crianças de 0 a 4 anos, 3,3% viviam em domicílios com insegurança alimentar grave, número que sobe para 3,8% entre os jovens de 5 a 17 anos. Já entre pessoas com 65 anos ou mais, a taxa cai para 2,3%.
Veja o que disse a Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes-DF), em nota, sobre o levantamento:
"A Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes-DF) esclarece que a análise dos indicadores de segurança alimentar divulgados recentemente deve considerar cuidadosamente a metodologia de cada pesquisa, a fim de evitar interpretações distorcidas.
No caso da PNAD Contínua, do IBGE, a amostra utilizada no DF foi de apenas 1.365 entrevistas, o que representa uma fração mínima diante do universo de mais de 130 mil famílias atualmente beneficiadas pelo Cartão Prato Cheio.
O Governo do Distrito Federal, somente em 2024, investiu quase R$ 760 milhões em segurança alimentar e nutricional. Entre 2023 e 2025, foram inauguradas quatro novos Restaurantes Comunitários, além da ampliação da oferta de refeições. Mesmo diante da inflação dos alimentos, os preços das refeições foram mantidos, garantindo acesso digno e contínuo à alimentação.
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Segundo estudo do IPEDF, mais de 16 milhões de refeições foram servidas em 2024, com previsão de alcançar 19 milhões até o final de 2025. Muitos usuários frequentam os restaurantes mais de cinco vezes por semana, o que consolida o serviço como uma política pública de abastecimento alimentar, e não apenas como apoio eventual.
Por fim, o compromisso do GDF com o combate à fome foi reconhecido nacionalmente com o Selo Betinho de Boas Práticas em Segurança Alimentar e Nutricional, concedido pela Ação da Cidadania, em que o Distrito Federal conquistou o primeiro lugar entre as capitais brasileiras, evidenciando os avanços e a seriedade com que essa gestão trata a segurança alimentar".
