Arquitetura

Renascimento do ícone: Hotel Nacional iniciará reforma na segunda (27/10)

Reforma do Hotel Nacional reúne preservação da história, museu de arte e hospedagem de luxo

Um ícone da arquitetura e da história de Brasília, o Hotel Nacional vai ser reformado. As obras começam na próxima segunda-feira, preservando a fachada, a volumetria e o tombamento da região em que está inserido. Por dentro, os apartamentos, salas de reuniões, sauna, piscina e demais dependências serão reformuladas com o que há de mais moderno no ramo da hotelaria. 

Arrematado em um leilão em 2018 pela Incorp — formada pelo Grupo Bittar e Luner, pioneiros no Distrito Federal no ramo de hotelaria e construção  —, o hotel está fechado para hóspedes há sete anos. Nesse período, os novos donos catalogaram 1.232 obras de arte entre pinturas, quadros e esculturas. Outros objetos que não tinham valor histórico, como camas e colchões, foram leiloados. E o que não foi possível vender, destinado à doação para instituições de caridade.  

Todo o projeto de reforma foi amplamente discutido com diferentes órgãos do GDF; com os conselhos de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal (Condepac-DF) e de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan-DF), além do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

Lutfallah Farah, um dos sócios da Incorp, afirmou que a essência da reforma consiste em contemplar as necessidades da empresa e a preservação da história do imóvel. "Estamos pesquisando cerâmicas, azulejos e elementos de fachada que possam ser da mesma tonalidade e qualidade das colocadas em 1960. Entre o mobiliário, preservamos uma penteadeira na qual, possivelmente, a rainha Elizabeth II penteou os cabelos quando se hospedou", contou o empresário. E adiantou: "Vamos repetir o Bar Senadinho (ponto de encontro dos políticos). E, no futuro, trazer de volta o concurso Miss Brasil".

A Incorp contratou a historiadora Joseana Costa Pereira para resgatar e documentar a história: da concepção, modo de construção, quem foi o arquiteto, até quem se hospedou no hotel. Isso vai ser transformado em um e-book, praticamente pronto. Os escritórios Anastassiadis Arquitetos e Dávila assinam os projetos arquitetônico e de interiores.  

Museu

O gerente administrativo do Grupo Bittar, Ouaik Shalon, antecipou ao Correio que o novo Hotel Nacional terá 280 apartamentos. Quando for inaugurado, em dois ou três anos, vai oferecer hospedagem padrão cinco estrelas, com um conceito diferenciado e moderno, porém preservando a história. "Além de manter a arquitetura, a ideia do grupo é montar um museu dentro do hotel para que a população de Brasília revisite a história vivida ali e para que turistas tenham a dimensão do que o Hotel Nacional representou e representa para a história de Brasília. Será também um ponto turístico", disse.  

Assim que voltar a funcionar, o Hotel Nacional vai gerar de 480 a 550 empregos diretos. Se levar em conta os trabalhadores terceirizados, o número sobe para cerca de 800, segundo Ouaik.

Reproducão -
Evandro Teixeira/CPDOC JB -
Divulgação -
Arquivo Pessoal -
Joaquim Firmino/CB/D.A Press -

 


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Entre os hóspedes ilustres estão a Rainha Elizabeth II e o Príncipe Philip, da Inglaterra; o presidente francês Charles De Gaulle; os presidentes dos Estados Unidos Jimmy Carter e Ronald Reagan; o primeiro-ministro de Portugal, Cavaco Silva; além de astros do cinema, como Catherine Deneuve, John Travolta e Roman Polanski. 

Torre Palace

Na contramão da história do Hotel Nacional, o Torre Palace terá um destino diferente. Após 12 anos de abandono e com as estruturas comprometidas, a Secretaria DF Legal recomendou a demolição do edifício. A solicitação está nas mãos da Procuradoria-Geral do DF, que analisa o caso.