Obituário

"Menina doce e querida", dizem familiares de Allany, assassinada aos 13 anos

Com balões brancos e rosas vermelhas, familiares e amigos dão o último adeus à adolescente, Allany assassinada na última segunda (3). Ela é a 25ª vítima de feminicídio no DF

Familiares e amigos se despendem de Allany Fernanda, assassinada aos 13 anos -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Familiares e amigos se despendem de Allany Fernanda, assassinada aos 13 anos - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

"Ainda não consigo acreditar. Sinto que a qualquer momento ela vai acordar", diz uma prima de Allany Fernanda Oliveira, assassinada na última segunda-feira (3/11). A declaração se deu na manhã desta quinta-feira (6), durante o velório da adolescente, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. "Ela era uma menina muito alegre, divertida e estudiosa. Sempre foi conhecida por sua doçura", acrescenta outra familiar. Muito abaladas, as primas preferiram não se identificar. 

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Allany foi assassinada aos 13 anos após levar um tiro na cabeça disparado por Carlos Eduardo Pessoa, 20 anos, em uma kitnet, na Quadra 92 do Sol Nascente. A adolescente chegou a ficar internada no Hospital de Base, mas não resistiu e faleceu na madrugada de terça (4). Este é o 25° feminicídio no Distrito Federal em 2025. 

Na capela onde Allany é velada, o clima é de consternação e revolta. Com balões brancos e rosas vermelhas, parentes e amigos da escola oram e cantam músicas de louvor. Em camisetas em homenagem à garota, uma mensagem: "A dor da saudade é eterna. Você foi embora cedo demais". 

O vigilante Alex Moura, 46 anos, é amigo da família e conta sobre o susto em receber a notícia do falecimento da adolescente. "Vi ela crescer e é muito doloroso acompanhar essa tragédia. Quando recebi a notícia, fiquei incrédulo. Era uma pessoa muito doce. Não fazia mal a ninguém", diz. Em uma coroa de flores, o lamento deixou clara a morte precoce e brutal. "Descanse em paz, menina". 

Entenda o caso

Segundo a Polícia Civil (PCDF), o crime ocorreu por volta das 5h20 de segunda-feira (3). Carlos quem acionou a Polícia Militar (PMDF), que o prendeu em flagrante. Conforme apurado pelo Correio, Carlos atribuiu, a princípio, a culpa do disparo a um rival, afirmando que uma pessoa teria entrado na kitnet com a intenção de matá-lo, mas que o tiro teria acertado a menina por engano.

Laudos iniciais, no entanto, constataram marcas de mordida no corpo do suspeito, indicando que houve luta corporal entre ele e a vítima. A Polícia Civil do DF pediu perícia para verificar se as marcas correspondem à arcada dentária da vítima. 

Além disso, a mãe de Allany, Ivani Oliveira, 42, contou à reportagem ter visitado a filha no Hospital Regional de Ceilândia e notado marcas de estrangulamento em seu pescoço, corroborando para a hipótese de uma briga entre os dois.

Na tarde de quarta-feira (5), Carlos Eduardo prestou um novo depoimento na Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP) e voltou atrás, afirmando ter inventado que o tiro partiu de um rival e assumindo o crime, alegando que o disparo foi acidental.

  • Google Discover Icon
postado em 06/11/2025 11:26 / atualizado em 06/11/2025 11:31
x