Justiça

Feminicídio em Samambaia vai a julgamento nesta segunda-feira

O crime ocorreu na QR 421 de Samambaia Norte. A vítima tinha acabado de dar à luz

Vanessa da Conceição ao lado do algoz: a mulher tinha sete filhos, um deles de 15 dias -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Vanessa da Conceição ao lado do algoz: a mulher tinha sete filhos, um deles de 15 dias - (crédito: Material cedido ao Correio)

O Tribunal do Júri de Samambaia deve julgar, nesta segunda-feira (17/11), o caso de Silvoneide Carvalho de Torres, acusado de matar a facadas a companheira Vanessa da Conceição Sousa, de 32 anos, em maio deste ano. O crime, classificado pelo Ministério Público como feminicídio qualificado, ocorreu na QR 421 de Samambaia Norte e será submetido aos jurados após decisão de pronúncia que reconheceu indícios suficientes de autoria e materialidade.

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Segundo a denúncia, o assassinato aconteceu na noite de 18 de maio , quando Silvoneide foi até a residência onde a vítima estava com amigos e a acusou de furtar seu telefone celular. Durante a discussão, ele desferiu um golpe de faca na região da clavícula da companheira, que morreu no local. À época, o Correio acompanhou o caso. Veja o momento em que o assassino chega ao local:

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O crime foi enquadrado como feminicídio por ter sido cometido no contexto de violência doméstica e por razões da condição de sexo feminino. A vítima tinha acabado de dar à luz — o homicídio ocorreu dentro do período de três meses após o parto — e era mãe de outros filhos menores de idade.

Após o ataque, o acusado fugiu dirigindo um carro modelo Parati. Ele acabou preso pela Polícia Militar (PMDF) nas proximidades do Cruzeiro, em flagrante. O policial que realizou a prisão relatou que o réu apresentava sinais claros de embriaguez, como fala pastosa, odor etílico e dificuldade de equilíbrio. Uma faca foi encontrada no porta-malas do veículo. Por isso, além do feminicídio, Silvoneide também responderá pelo crime de embriaguez ao volante.

Durante a primeira fase do processo, foram ouvidas testemunhas que reforçaram a versão acusatória. Um dos amigos da vítima, que presenciou o crime, afirmou que a discussão entre o casal durou poucos minutos até que o ataque aconteceu de forma repentina. Outra testemunha relatou histórico de brigas e agressões anteriores entre o casal. O réu, interrogado em juízo, exerceu o direito ao silêncio. A defesa optou por apresentar suas teses diretamente aos jurados, conforme previsto no rito do Tribunal do Júri.

Na decisão de pronúncia, a magistrada Viviane Kazmierczak destacou que os elementos reunidos até o momento apontam para um crime doloso contra a vida. A juíza também manteve a prisão preventiva de Silvoneide, sob o argumento de que a gravidade concreta dos fatos e o risco à ordem pública inviabilizam a aplicação de medidas alternativas. O julgamento está previsto para ocorrer no plenário do Tribunal do Júri de Samambaia.

 

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postado em 17/11/2025 07:00
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