CB. DEBATE

"Diversidade sem poder é só presença", afirma Dora Gomes

Segundo a presidente do Instituto É Possível, iniciativas pontuais não são suficientes para enfrentar disparidades históricas

Dora Gomes -  (crédito: Minervino Jr.)
Dora Gomes - (crédito: Minervino Jr.)

A presidente do Instituto É Possível, Dora Gomes, defendeu que empresas adotem ações afirmativas estruturadas e metas de diversidade para transformar o mercado de trabalho. A fala ocorreu no painel "Mercado de Trabalho: do ingresso à liderança” no evento Histórias de Consciência: mulheres em movimento, promovido pelo Correio Braziliense em celebração ao Mês da Consciência Negra.

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Segundo Dora, iniciativas pontuais não são suficientes para enfrentar disparidades históricas. Ela propôs medidas como recrutamento às cegas (quando o recrutador não sabe características do candidato, como etnia, no momento de avaliação), bancas avaliadoras diversas, governança antirracista e programas de aceleração de carreira. A empresária também ressaltou a importância de vincular metas de contratação de lideranças negras a bônus executivos. “Mexeu no bolso, as coisas andam”, afirmou, em tom direto.

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Dora também alertou para a “solidão institucional” vivida por profissionais negras que chegam a cargos estratégicos sem apoio ou continuidade. “Eu fui a única pessoa negra em todos os espaços de formação e trabalho pelos quais passei”, relatou, destacando a necessidade de acolhimento e acompanhamento para evitar que diversidade vire ferramenta de marketing.

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Em sua avaliação, o setor privado precisa assumir protagonismo, especialmente em Brasília, onde o mercado é fortemente dominado pelo serviço público. “Nós não queremos concessão, queremos condição. A inclusão é urgente. Estamos prontas para transformar”, concluiu.

Assista na íntegra:

 

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postado em 19/11/2025 18:25 / atualizado em 19/11/2025 18:25
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