
A presidente do Instituto É Possível, Dora Gomes, defendeu que empresas adotem ações afirmativas estruturadas e metas de diversidade para transformar o mercado de trabalho. A fala ocorreu no painel "Mercado de Trabalho: do ingresso à liderança” no evento Histórias de Consciência: mulheres em movimento, promovido pelo Correio Braziliense em celebração ao Mês da Consciência Negra.
Segundo Dora, iniciativas pontuais não são suficientes para enfrentar disparidades históricas. Ela propôs medidas como recrutamento às cegas (quando o recrutador não sabe características do candidato, como etnia, no momento de avaliação), bancas avaliadoras diversas, governança antirracista e programas de aceleração de carreira. A empresária também ressaltou a importância de vincular metas de contratação de lideranças negras a bônus executivos. “Mexeu no bolso, as coisas andam”, afirmou, em tom direto.
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Dora também alertou para a “solidão institucional” vivida por profissionais negras que chegam a cargos estratégicos sem apoio ou continuidade. “Eu fui a única pessoa negra em todos os espaços de formação e trabalho pelos quais passei”, relatou, destacando a necessidade de acolhimento e acompanhamento para evitar que diversidade vire ferramenta de marketing.
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Em sua avaliação, o setor privado precisa assumir protagonismo, especialmente em Brasília, onde o mercado é fortemente dominado pelo serviço público. “Nós não queremos concessão, queremos condição. A inclusão é urgente. Estamos prontas para transformar”, concluiu.
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