
Iraci Bezerra dos Santos Cruz, 43 anos, acusada de assassinar a enteada, Rafaela Marinho, 7, pode pegar até 40 anos de prisão. A mulher foi presa em flagrante depois de se apresentar à 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) e confessar o crime.
O homicídio ocorreu na tarde desta sexta-feira (21/11). Na 8ª DP, Iraci começou o depoimento dizendo: “É, agora vou pagar pelo que fiz”. A mulher relatou que, no dia anterior, usou drogas e álcool na companhia do namorado até as 5h de ontem. Às 7h, o pai de Rafaela saiu para trabalhar. Ao ser questionada sobre ter discutido com a menina antes do crime, ela afirmou que a criança disse que preferia morar com a vizinha do que com ela.
“Não estava planejando, nem pensando”, respondeu Iraci à delegada ao ser confrontada sobre a possível premeditação do crime. Acrescentou que teve uma “vontade repentina” e detalhou o passo a passo: primeiro, tentou dopar a menina usando um pano com álcool no nariz dela; depois, a asfixiou com um cinto e tentou pendurá-la em uma pilastra. “Depois, vesti uma roupa e vim na delegacia”, finalizou.
Foragida
A Polícia do DF descobriu que Iraci era foragida da Justiça do Pará por matar o então marido, com quem conviveu por mais de 23 anos e teve quatro filhos — deixados por ela no estado da Região Norte na fuga para Brasília. O mandado de prisão, expedido em março de 2024, está no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP) do Conselho Nacional de Justiça.
Ela negou o crime. Contou que, no dia do fato, havia saído com o companheiro para beber em um bar da região. Na volta, segundo a versão, ele entrou para tomar banho enquanto ela permaneceu na área externa da casa. “Ouvi uns disparos de arma e fiquei assustada. Corri para o mato para me esconder”, alegou. A Justiça paraense não comprou a tese. A polícia concluiu pela autoria dela e o Ministério Público pediu a prisão preventiva. O juiz concordou, determinando a captura e a transferência imediata para o Centro de Reeducação Feminino de Santarém (PA).
Depois do assassinato do marido, ela fugiu para Brasília de ônibus. Há um ano, conheceu o pai de Rafaela. Iraci foi transferida ao Complexo da Polícia Civil, onde passará por audiência de custódia neste sábado (22/11). Segundo a delegada Bruna Eiras, chefe da 8ª DP, a acusada responderá por feminicídio, com incidência da Lei Henry Borel, com agravantes de meio cruel por impossibilitar a defesa da vítima e por motivo fútil. “Ainda terá agravante de pena pelo crime ser praticado contra menor de 14 anos e por ter relação de madrasta com a vítima. A pena pode chegar a 40 anos”, finalizou.

Cidades DF
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