CURIOSIDADE

Pesquisa revela que mulheres têm deixado de adotar sobrenome do marido no DF

Levantamento inédito dos Cartórios de Registro Civil do Distrito Federal mostra que, no último ano, as mulheres só adotaram o sobrenome do marido em 30% dos matrimônios, menor índice da série histórica

Pesquisa mostra que mulheres têm deixado de adotar sobrenome dos maridos no DF -  (crédito: Sandy Millar/Unsplash)
Pesquisa mostra que mulheres têm deixado de adotar sobrenome dos maridos no DF - (crédito: Sandy Millar/Unsplash)

Pesquisa inédita divulgada nesta semana mostra que, no Distrito Federal, em 2024, apenas 30,25% das mulheres que se casaram no civil adotaram o sobrenome do marido. É o menor percentual desde a edição do Código Civil de 2003, quando o número foi de 57,88%. Os dados foram compilados pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil (Arpen-Brasil), com base nos dados lançados pelos mais de 8 mil cartórios da capital na Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC Nacional).

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Em números absolutos, em 2024 foram realizados 21.309 casamentos no Distrito Federal, sendo que em apenas 6.449 a mulher adotou o sobrenome do marido. Em 2003, foram 6.852 adoções de sobrenome dos maridos pelas mulheres, em um total de 11.840 casamentos.

Para o presidente da entidade, Devanir Garcia, a sociedade hoje é muito diferente da de 2003 e as mulheres conquistaram muito mais espaço e independência do que tinham há 20 anos. “Embora tenhamos muito a evoluir como sociedade em relação aos espaços da mulher, é inegável que elas conquistaram autonomia nos relacionamentos e a opção de não incluir o nome do marido é uma delas, e cada vez mais usada”, completou.

O novo Código Civil trouxe uma série de modificações para os relacionamentos, como os novos regimes de bens em vigor nos casamentos e diversas possibilidades de adoção ou não de sobrenomes no casamento, entre elas a inclusão pelo homem do sobrenome da mulher, novidade que não “pegou” e ocorre em apenas 0,86% dos matrimônios.

Em 2003, em números absolutos, de um total de 11.840 casamentos, em apenas 63 casos o homem adotou o sobrenome da mulher. No último ano, esta opção só ocorreu em 183 celebrações.

Por outro lado, os casais têm optado cada vez mais pela não alteração dos nomes de solteiro, opção que, hoje, ocorre em 60,61% dos casamentos, maior número da série histórica. Em 2003, acontecia em 38% das celebrações. Em números absolutos, isso ocorre em 12.912 matrimônios, de um total de 21.309 casamentos; enquanto em 2003, ocorria em 4.501 casos, de um total de 11.840 celebrações.

Outra opção que também registrou aumento foi a inclusão de sobrenome por ambos os cônjuges no casamento, possibilidade permitida pelo então novo Código. O fato, que acontecia em 7,58% dos matrimônios em 2003, passou a ocorrer em 8,28% dos casamentos no último ano. Também em números absolutos, acontecia em 898 celebrações, de um total de 11.840 casamentos. No último ano, isso aconteceu 1.765 vezes, em um total de 21.309 casamentos.

Novas mudanças, ocorridas recentemente com a edição da Lei Federal nº 14.382/22, facilitaram as trocas de sobrenomes, abrindo a possibilidade de inclusão de sobrenomes familiares a qualquer tempo, bastando a comprovação do vínculo, assim como a inclusão ou exclusão de sobrenome em razão do casamento ou do divórcio. Da mesma forma, filhos podem acrescentar sobrenomes em virtude da alteração do sobrenome dos pais.

 

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postado em 25/11/2025 22:37
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