O 20º Salão do Artesanato, realizado no Pavilhão do Parque da Cidade, reúne, a partir desta quarta-feira (5/11) até domingo (9/11), mais de 300 expositores de diversas regiões do país. Com entrada franca, o evento traz uma programação que inclui oficinas, shows, praça de alimentação, brinquedoteca, áreas de descanso e estacionamento gratuito. Tudo pensado para valorizar o talento e a criatividade dos artesãos brasileiros.
"Nossa expectativa é receber cerca de 100 mil pessoas nesses cinco dias. O objetivo do Salão do Artesanato é sempre valorizar a mão de obra artesanal, que está muito vinculada à nossa cultura e às características de cada região", afirma Leda Simone Alves, diretora executiva da Rome Eventos, responsável pela organização do encontro.
Nesta edição, o Salão amplia o olhar sobre as vertentes da criação manual, destacando tanto o artesanato tradicional, ligado ao fazer 100% manual, quanto a manualidade contemporânea, que mistura técnicas e materiais diversos. Ambas se unem pelo mesmo princípio: as mãos como instrumento de expressão e identidade. Um dos pontos altos será a Vitrine Viva, onde os visitantes poderão ver os artesãos em ação, ao vivo, mostrando parte de seus processos produtivos.
De Brazlândia, Ana Cláudia Ferreira, 55 anos, participa com acessórios feitos de materiais recicláveis. "São artes sustentáveis. A gente tira do lixo e transforma em arte. Eu reaproveito tudo que vai para o lixo. Um lacre de alumínio demora até 300 anos para se decompor na natureza. Pensando nisso é que comecei a transformar o lixo em arte", conta a artesã, integrante da Associação das Donas de Casa Rural da Chapadinha.
Diretamente do município de Olhos D'Água, em Goiás, Hilda Freire, 48, participa há uma década do evento com suas esculturas femininas em barro. "Eu represento Goiás com a minha arte. Esses encontros são sempre muito importantes para nós, artesãos. É uma expectativa vender o produto e mostrar a arte da gente. Eu faço mulheres porque me representam", relatou.
A diversidade também se reflete na gastronomia. Entre os sabores regionais, quem passa pelo estande da Casa do Sul encontra delícias típicas do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. O jovem empresário Enzo Gugel, 18, conta que o negócio é uma tradição familiar. "Eu venho trazer meu produto gaúcho para o público. O que mais se destaca são as nossas cachaças, feitas por nós mesmos, com até 12 anos de envelhecimento. É um comércio passado de geração em geração."
O público também poderá participar das oficinas gastronômicas do Senac-DF, com aulas de culinária de várias regiões do país. Os visitantes aprenderão sobre doces do Cerrado, pães e quitandas de raiz, peixe e farinha, panelas do Brasil e sabores de Goiás e de Minas.
Com curadorias institucionais e representações de estados como Minas Gerais, Goiás, Pernambuco e São Paulo, o encontro promete ser um dos maiores do setor. Mais do que um espaço de exposição, o Salão do Artesanato irá valorizar as mãos que moldam a cultura.
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